15 abr A hora de resolver o transporte coletivo
Por Carlos Damião (Notícias do Dia, 15/04/2013)
Perfeito o diagnóstico apresentado pelo Notícias do Dia do fim de semana sobre o sistema de transporte coletivo da Capital. A reportagem de Maurício Frighetto e Marco Santiago mergulhou no problema, que é gravíssimo, para demonstrar que nos últimos anos o transporte coletivo engatou a marcha à ré total, empurrando o usuário à compra de automóvel ou motocicleta. Exemplos da decadência não faltam.
O mais gritante, no meu dia a dia, é a total falta de integração com a região metropolitana. Recentemente, precisando sair do Morro da Cruz para ir à faculdade Estácio de Sá, em Barreiros, percebi o quanto seria complicado ir de ônibus, tal a ginástica que teria que fazer. Levaria, no mínimo, 90 minutos para chegar ao destino, partindo do pressuposto de que, do Morro da Cruz ao Centro, só há coletivos de hora em hora.
Fui de carro, em 20 minutos. E esse é só um exemplo do quanto caminhamos para trás nos últimos anos. O que era para ser a solução principal transformou-se no principal nó da mobilidade urbana: perdeu qualidade, eficiência e rapidez. Mesmo que os governantes tenham tido vontade, faltaram políticas públicas e, claro, concorrência.
Concepção
O que se espera do prefeito Cesar Souza Júnior é que ele, com sua equipe, consiga de fato desatar esse nó do transporte coletivo. Lembrando que a concepção do sistema esteve correta em sua origem (2004) – inclusive com os terminais de integração de Capoeiras, Jardim Atlântico e Saco dos Limões, que reduziriam a quantidade de coletivos em circulação na Ilha de Santa Catarina.
Discrepância
Algo que tem que ser levado em conta pelo prefeito Cesar Souza Júnior é o valor da tarifa. É um absurdo que eu pague R$ 2,90 para atravessar a ponte Colombo Salles (dois quilômetros até o primeiro ponto, em Coqueiros) e o morador do Rio Vermelho (40 quilômetros) pague o mesmo valor. Não é que o morador do bairro mais distante pague pouco, é que eu pago muito. De carro, a Coqueiros, sai mais barato.