Uma cidade que cresceu. E se perdeu

Uma cidade que cresceu. E se perdeu

(Por Carlos Damião ND, 23/02/2013)

Parece surpreendente que os mais jovens sintam saudade de uma Florianópolis que não conheceram, mas que reconhecem em quadros espalhados pelas paredes de bares, restaurantes e outros pontos de encontro ou nas redes sociais. Saudade não tem explicação, tem sentimento. E se sentimos saudade de coisas que não conhecemos, é porque a realidade não tem sido suficiente para nos fazer felizes. Houve muitos descuidos com Florianópolis ao longo do tempo. O mais grave de todos foi a desfiguração urbana, que não chegou a ser total porque alguns bens tombados sobreviveram à sanha avassaladora da modernidade. Mercado Público, Palácio Cruz e Sousa, Imperial Hospital de Caridade, Igreja de São Francisco, Ribeirão da Ilha, Santo Antônio de Lisboa, Ponte Hercílio Luz, fortalezas, Museu Victor Meirelles, Alfândega, Casa de Câmara e Cadeia, ruas Felipe Schmidt e Conselheiro Mafra… São marcas de uma cidade que, em seus muitos tempos, cresceu e se perdeu. Mas que podem ser preservadas, para que estes jovens, que hoje choram a “saudade de Florianópolis”, possam no futuro apresentar esses pedacinhos de Desterro a seus filhos e netos.