Força-tarefa começa a monitorar a Lagoa

Força-tarefa começa a monitorar a Lagoa

Técnicos da Vigilância Sanitária realizaram, ontem, a coleta de dados para definir as ações na região

Depois de fiscalizar as praias de Canasvieiras e Ingleses, em Florianópolis, no começo desta semana, a força-tarefa que fiscaliza ligações clandestinas de esgoto, proposta pela Fatma e outra entidades, chega à Lagoa da Conceição com um número reduzido de técnicos.

Ontem, os técnicos da Vigilância Sanitária que estiveram na Lagoa iniciaram um levantamento prévio dos problemas no local. Com base nessas informações, deve ser montado o planejamento estratégico que definirá as ações da força-tarefa para os próximos cinco anos. Segundo o secretário de Habitação e Saneamento Ambiental de Florianópolis, Rafael Hanhe, esse detalhamento para a fiscalização deve estar pronto em 30 dias.

O presidente da Associação de Moradores da Lagoa (Amola), Alécio Passos, considerou a ação de ontem tímida se comparada com a realizada no início da semana em Canasvieiras e Ingleses.

Segundo ele, o cartão-postal da Ilha é considerado um dos pontos mais críticos de Florianópolis em relação à poluição das águas e deveria ter uma ação mais efetiva com a comunidade.

– Foi uma ação bem pontual. A comunidade que vive o problema não foi convidada a participar. Deveríamos estar juntos para mostrar onde está o problema – lamenta.

Segundo a Fundação de Meio Ambiente (Fatma), a ação foi dividida em linhas de atuação.

A Fatma fiscaliza grandes empreendimentos, enquanto a Vigilância Sanitária, as casas. Ainda na manhã de ontem, representantes das entidades envolvidas se reuniram para montar um cronograma de trabalho. Na quinta-feira, o grupo deve se reunir novamente com dados mais completos sobre o cronograma.

– O objetivo agora é fazer um levantamento, cadastrar dados e a situação em cada região, e com reuniões semanais planejar as ações para 60 meses – explica Hanhe.

Problema de décadas incomoda moradores

Há mais de 30 anos moradores da Lagoa da Conceição lutam pela sua preservação. No ano 2000, duas entidades nacionais – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes) e Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) – decretaram a morte da Lagoa em 2010 se nada fosse feito. De lá para cá, pouca coisa foi realizada.

Haroldo Tavares Elias, gerente de Pesquisa e Análise da Qualidade Ambiental da Fatma participou de um estudo que entre 2002 e 2012 realizou um panorama geral da qualidade e da contaminação das águas da Lagoa de Conceição.

Elias destaca três pontos críticos na região: no trapiche perto da ponte, na frente do shopping da Lagoa e na Rua Osni Ortiga, pela presença das algas. De acordo com a Fatma as ações previstas na Lagoa são o fechamento dos esgotos clandestinos e a limpeza, ambos, porém sem data definida.

(DC,23/02/2013)