14 jan Paradisíaca Ilha do Campeche deixa os turistas encantados em Florianópolis
“Es divino, es divino”, repetiam as amigas uruguaias Eloisa Rodales, 24 anos, Lucia Acevedo, 23, e Fabiana Garcia, 23, pela primeira vez na Ilha do Campeche. Hospedadas em Canasvieiras, elas fizeram o passeio com uma excursão. Por causa do pouco tempo de permanência, as uruguaias preferiram aproveitar a praia, ficar na areia branca e fina e tomar banho na água transparente do mar do Campeche. A ilha, localizada a 1,8 quilômetro da praia do Campeche, foi tombada pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) em 2000, pela grande quantidade de inscrições rupestres.
Duas associações têm direito ao uso público da ilha: a Couto Magalhães, desde 1940, e a Pioneira da Costa. São três transportadores autorizados pelo Iphan: Associação dos Pescadores da Armação (480 pessoas), os botes da praia do Campeche (40 pessoas), e as escunas da Barra da Lagoa (190 pessoas), além da cota da Associação Couto Magalhães (80 pessoas).
O trajeto Armação – Ilha do Campeche é feito por 29 embarcações de pescadores, que durante a alta temporada não podem pescar. A maioria dos visitantes que frequenta a ilha são argentinos e turistas estrangeiros, que chegam a somar 90%. Turistas brasileiros são mais comuns nos fins de semana e feriados.
Quarenta monitores se revezam para orientar os turistas a manter a praia limpa. Por dia, 20 deles trabalham nas trilhas terrestres e subaquáticas. Para ser monitor, o Iphan oferece um curso de capacitação todos os anos. As inscrições iniciam em agosto. As aulas teóricas e práticas começam em setembro e vão até meados de dezembro. Qualquer pessoa pode se inscrever, o requisito é ter no mínimo 16 anos.
Esta é a primeira temporada de Kato Higughi, 24. Ele foi trabalhar como monitor da Ilha do Campeche após convite da mulher, que já tinha trabalhado outros anos. “Cada um traz o seu conhecimento e eu contribuo registrando em fotos e vídeos das trilhas terrestres e subaquáticas”. Higughi trabalha com cinegrafia há dez anos.
Seu Nabor
Dono de um dos dois restaurantes da Ilha do Campeche, Nabor João dos Santos, 65 anos, é um dos visitantes mais antigos do local. Há 20 anos começou com um barzinho vendendo cachaça e cerveja. Com o tempo foi aumentando o número de visitantes e o bar virou restaurante. Quem trabalha são os familiares, filhos, netos e sobrinhos. Uma das filhas é quem toma conta da cozinha.
Na alta temporada, Nabor praticamente mora na ilha. Aos domingos de manhã ele volta para a Armação, onde mora com a mulher, e segunda-feira cedo já retorna com a família para a ilha. Durante o inverno ele pesca.
Caminhos da ilha
De meia em meia hora, saem grupos de no máximo 16 pessoas, acompanhados de dois monitores. A Ilha tem três trilhas curtas, com duração de aproximadamente uma hora de ida e volta: Letreiro, Pedra Fincada e Pedra Preta. Para fazer essas trilhas é cobrada uma taxa de R$ 10.
A trilha Volta Leste, com custo de R$ 15, passa pelos três principais pontos da ilha: Letreiro, Pedra Fincada e Pedra Preta. A trilha Volta Norte custa de R$ 20 e tem duração de três horas de caminhada. As trilhas subaquáticas custam R$ 40 e o aluguel de máscara é de R$ 5. Durante a baixa temporada tem plantão com saídas na praia da Armação.
Planos para voltar
Aos 19 anos, as amigas argentinas foram juntas pela primeira vez à Ilha do Campeche. Florencia Jali, Ayeler Bigo, Sofia Bariono, Gioninna Cherubini, Augustina Beade, Ayeler Guio, Agustine Anzotegui e Sabrina Polunosil adoraram o passeio indicado por três delas. Também aproveitando a ilha pela primeira vez, o casal argentino Agustin Costa, 32 e Valentina Lencina, 35, hospedados em Mariscal, Bombinhas, foram de carro até a Armação só para fazer o passeio indicado pelo cunhado de Agustin. As estudantes e amigas uruguaias Maria Noel Vargas, 25, e Velentina Garin, 24, já planejam a próxima visita à Ilha do Campeche. “A ilha é muito linda, queremos voltar”, diz Maria.
(ND, 14/01/2013)