24 jan Material com ascarel vai ser retirado da Tapera
Representantes da Celesc, da empresa que vai retirar os resíduos da subestação da Tapera e a consultoria ambiental que irá fazer o plano de recuperação da área estiveram ontem à tarde no local do derramamento do óleo para avaliar a quantidade e como o material deverá ser removido. Serão 60 mil litros de água com óleo e 8 toneladas de vegetação e restos de contenção contaminados.
Empresa contratada pela Celesc irá levar a água com óleo contaminado para Joinville e resíduo sólido será encaminhado para Curitiba.
A operação de retirada dos resíduos começa às 9h. Serão necessários dois caminhões–tanques para transportar a parte líquida para Joinville. Os sólidos serão levados por uma caçamba e devem ser incinerados em Curitiba. A estimativa é de que a remoção demore um dia, e a eliminação do material dure até uma semana.
– É relativamente simples. O material, apesar do contaminante, não é tão perigoso – destaca o consultor comercial da Essencis Soluções Ambientais, dona do aterro industrial, Francisco César Coelho.
Retirada do produto só pode ser feita após perícia
O assistente da Diretoria de Distribuição da Celesc, Pablo Cupani Carena, explica que a programação de retirada deveria ter começado na semana passada, mas por causa do bloqueio da área feito pela Polícia Federal para perícia não foi possível continuar os trabalhos. Baseados nestes testes e em avaliações da área, também devem começar a atuar uma equipe da Caruso Jr., de assessoria ambiental. Durante os próximos 30 ou 60 dias, profissionais estarão monitorando a água e fazendo o diagnóstico do impacto do derramamento do óleo com ascarel.
Uma equipe da empresa de consultoria entrará no mangue para fazer sondagens. Devem ser feita coletas de solo, de raízes, folhas e água subterrânea. Além dos testes da Caruso, a Celesc também realizou exames.
Os resultados da água do mar e dos moluscos do Ribeirão da Ilha devem ser divulgados hoje.
Nem a empresa Essencis, do aterro industrial, nem a Caruso, de consultoria ambiental, trabalharam com o produto ascarel.
Plano para substituição de transformadores
Conforme Pablo Cupani Carena, a companhia tem 338 transformadores distribuídos por Santa Catarina. Destes, 220 contêm ascarel e serão substituídos até 2025.
Cada transformador custa em torno de R$ 1 milhão e a troca deve gerar um custo de R$ 220 milhões. Segundo o assistente da diretoria, havia um plano para a troca e que será revisado. A lista com todos os equipamentos com ascarel será entregue na próxima segunda-feira ao Ibama.
(Por Gisele Krama, DC, 24/01/2013)
Fatma multa Celesc e UFSC
Empresa contratada pela Celesc irá levar a água com óleo contaminado para Joinville e resíduo sólido será encaminhado para Curitiba
O vazamento de óleo na subestação desativada da Celesc no Bairro Tapera, em Florianópolis, rendeu mais uma multa às entidades envolvidas. Ontem, a Fatma notificou a companhia e a UFSC, que estava em processo de recebimento da área, em R$ 24 milhões cada.
Também ficou estipulada multa diária de R$ 50 mil, desde o começo do vazamento, em novembro. Na mesma notificação, foi dado prazo de 30 dias para que seja apresentado um projeto de recuperação da área degradada.
Segundo informações da assessoria de imprensa da Celesc, a companhia não havia sido notificada sobre a multa até as 18h de ontem. Já a procuradoria da UFSC vai analisar o documento e irá recorrer dentro dos prazos legais, apesar de não ter sido notificada oficialmente.
Esta é a segunda notificação deste crime ambiental. Na última segunda-feira, o Ibama multou a Celesc em R$ 50 milhões e estipulou mais a cobrança diária de R$ 50 mil.
Para recorrer desta primeira notificação, a companhia aguarda o resultado dos testes realizados no mar e nos moluscos do Ribeirão da Ilha para entrar com a defesa. A empresa tem o prazo de 20 dias para contestar a autuação.
(DC, 24/01/2013)
Fatma multa UFSC e Celesc em R$ 24 milhões cada por vazamento de óleo no Sul da Ilha
A UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e a Celesc (Centrais Elétricas de Santa Catarina SA) foram multadas nessa quarta-feira (23) pela Fatma (Fundação do Meio Ambiente) em R$ 24 milhões cada. As empresas terá que pagar R$ 50 mil cada por dia até que o dano ambiental causado pelo vazamento de óleo de transformadores da Celesc depositados em terreno da UFSC seja revertido e as medidas para que não aconteça de novo sejam tomadas. As diárias têm como data de início o dia do registro do vazamento, 16 de novembro.
O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) já havia multado a Celesc em R$ 50 milhões mais R$ 50 mil diários desde o registro da contaminação até a resolução dos problemas.
O produto vazou nos meses de novembro de dezembro de dois transformadores contendo a substância PCB (Bifenila Policlorada), também conhecida como Ascarel. Ao todo, calcula-se que 12 mil litros da substância tóxica tenham vazado dos transformadores.
A denúncia chegou ao conhecimento da Fatma em 20 de dezembro, e o laudo com a comprovação da existência do produto resultou no termo de embargo na produção de maricultura em 730 hectares na região onde ocorreu o vazamento.
De acordo com o presidente da Fatma, Murilo Flores, na quinta-feira o órgão ambiental estadual dará conhecimento da decisão ao Ibama, que havia multado anteriormente apenas a Celesc, pois, como o objeto das duas notificações é o mesmo, de acordo com a Lei Complementar 140/2011, prevalece a multa da Fatma.
Foi dado um prazo de 30 dias para que seja apresentado um Projeto de Recuperação de Área Degradada à Fatma para os responsáveis pela tragédia ambiental que afeta a maricultura da Ilha, em uma das épocas quando a economia do setor mais está aquecida.
(Por Oliveira Mussi, ND, 24/01/2013)