Incêndios em áreas de preservação permanente deixam moradores em alerta na Capital

Incêndios em áreas de preservação permanente deixam moradores em alerta na Capital

Fogo destrói vegetação no Sul da Ilha e vizinhos temem pela segurança

O Corpo de Bombeiros e a 2ª DP do Saco dos Limões, em Florianópolis, investigam a causa de incêndios que ocorreram no Sul da Ilha. Entre sexta-feira e sábado foram duas ocorrências de grande proporção. Moradores acreditam que sejam criminosos.

Há quatro anos, Rafael Martins, 30 anos, se mudou com a mulher, Bruna, 24, para o bairro Carianos, próximo ao estádio da Ressacada. Desde então, foram quatro incêndios na região – o último, no sábado, por pouco não chegou à casa dele. Moradores culpam uma empresa com sede no Rio Tavares pelo acidente e registraram boletim de ocorrência na tarde de sábado na 2a DP.

Segundo a moradora do entorno, Alana da Silva, 19, a empresa tem um terreno ali e depositou entulhos na noite de sexta-feira. Entre os objetos havia um sofá, no qual atearam fogo na manhã seguinte, às 10h. O tempo quente — próximo aos 30°— e o vento sudoeste contribuíram para propagação das chamas que atingiram também a mata de uma área de preservação permanente.

As labaredas ultrapassaram os três metros de altura. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o helicóptero Arcanjo foi usado no combate às chamas.

Cinco metros quadrados foram atingidos. No pátio da casa de Rafael, a bananeira encostada ao telhado ficou carbonizada. “Contive as chamas com uma mangueira de jardim, se o vento virasse teria queimado a casa. Foi por um triz”, relembra. Na mesma casa vive sua filha, Laura, 2.

O Corpo de Bombeiros irá apurar o motivo do incêndio, controlado às 14h. Vizinhos colaboraram com a operação. A empresa não atendeu as ligações da reportagem.

Já no Campeche o incêndio pode ter sido proposital. Com frequência, os moradores queimam o lixo na vasta área de restinga em frente à avenida que leva o nome do bairro – informa o morador Aliatar Fraga, 28, construtor. Mas, esse não foi o motivo da queimada que devastou uma área superior a 500 metros de extensão, sexta-feira. As chamas partiram de três pontos diferentes, entre o cemitério e o Riozinho.

(ND, 14/01/2013)