O drama da falta de água

O drama da falta de água

Da coluna de Carlos Damião (ND, 13/11/2012)

Ainda que se possam compreender todas as razões técnicas para a falta de água em muitos pontos da Ilha de Santa Catarina, nada parece convencer os moradores e comerciantes que são afetados pelo problema. Em alguns casos, como na Armação do Pântano do Sul, Sambaqui, Santo Antônio e Saco Grande, as torneiras têm estado secas há quase dez dias. Quem liga para a Casan recebe respostas conclusivas (do tipo “no fim de semana o abastecimento estará normalizado”), mas que se mostram incapazes de se materializar. “A água vem pouca e vai embora de vez”, narra Antônio Peres, que mora na Armação. “Começou a encher a caixa e parou”, narra Leonardo Martins, morador do Saco Grande. Outro jornalista, Celso Martins, tem sido constante também na divulgação, via rede sociais, dos problemas que as comunidades de Sambaqui e Santo Antônio estão vivendo.

São Pedro…

Complemento esta abordagem sobre a questão da água com uma reflexão do jornalista Laudelino José Sardá: “Se perguntarem para um dirigente de uma cidade civilizada se é possível faltar água potável por excesso de chuva, ele vai ironizar replicando: ‘Só se você for milagreiro e conseguir mais águas em época de seca’”.

… equilibrista

“Mas aqui a Casan atribui ao excesso de chuva, ou seja, de água – será que choveu tanto? – a falta de água potável em um bairro da Cachoeira. Logo, ficamos entre a cruz e a espada: se chover muito, falta água… e se der seca, também falta. Vamos torcer para que São Pedro saiba ser equilibrista”, ironiza Sardá.

Temor

Nas redes sociais, e também em e-mails que me encaminham, moradores de Florianópolis temem que a situação pontual da falta de água volte a se transformar num tormento durante a temporada de veraneio, como aconteceu em anos anteriores. Quem mora em Sambaqui e Santo Antônio, por exemplo, não entende como o Norte da Ilha sempre tem água no verão e as duas comunidades, que ficam no caminho, sofrem com a escassez.