11 out Usuários de droga invadem Casa de Câmara no Centro de Florianópolis
Com uma bolsa de mulher nos braços, o homem olha atentamente para os lados da rua Tiradentes, no Centro da Capital. Depois de se sentir seguro, ele joga a bolsa para dentro da antiga Casa de Câmara e Cadeia, por uma das janelas laterais. Em seguida, pula para dentro do casarão com uma habilidade típica de quem já conhece muito bem o local.
O flagrante, por volta das 14h30 desta quarta-feira (10), mostra que o fechamento da porta em frente ao prédio histórico não foi suficiente para conter a invasão de usuários de drogas. Atendendo pedidos da reportagem do Notícias do Dia, o policial militar sargento Henrique entrou no prédio e ficou surpreso com a situação.
O PM rendeu dois homens no térreo, um deles o que tinha sido flagrado pulando a janela. Em seguida, eles correram e se jogaram pela janela, ignorando os pedidos do policial para que permanecessem próximos a ele.
Outro policial correu atrás dos dois homens, mas, em segundos, eles desapareceram entre os pedestres na praça 15 de novembro. Uma mulher também foi encontrada no andar de cima e acabou indo embora como os outros dois. Lá dentro, cachimbos para o fumo de crack e muita sujeira. “Eles fizeram um ninho aqui”, comentou o sargento, assustado.
Na tarde de terça-feira (9), a prefeitura fechou uma abertura voltada para a praça 15, que era usada pelos usuários de drogas. Entretanto, ninguém se preocupou em lacrar duas janelas laterais, que permaneceram abertas.
Iraci Ana Veiga percebeu o movimento e parou junto aos policiais. Ela é enfermeira e no sábado foi surpreendida pelos usuários de drogas que vivem no local. “Estava passando por aqui, por volta das 17h, e do nada pulou um moço da janela. O pé dele estava enfaixado e ele se contorcia no chão pedindo ajuda. Fiquei com pena, queria ajudar, mas não sabia se estava armado”, contou.
No domingo, o entra a sai testemunhado por ela se repetiu. “Eu fico com medo de passar por aqui, é muita insegurança. Essas janelas deveriam estar lacradas, já que é um patrimônio público, e a reforma já deveria estar pronta”, opinou.
Ipuf mantém silêncio
O Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano) foi procurado pela reportagem, mas não quis se manifestar. Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa apenas afirmou que a equipe técnica do instituto está se reunindo para discutir futuras providências sobre o assunto. “Nos pronunciaremos assim que o superintendente José Carlos Rauen retornar de viagem, na segunda-feira”, dizia o documento enviado por e-mail.
(ND, 11/10/2012)