Uma corrente para recuperar a ponte

Uma corrente para recuperar a ponte

O Grupo RBS e o governo do Estado assinaram, ontem, um compromisso de investimento de R$ 2 milhões na Ponte Hercílio Luz. Deste total, são R$ 500 mil de isenção fiscal, via Lei Rouanet de Incentivo à Cultura, e outros R$ 1,5 milhão em forma de campanha de mídia por meio dos veículos de comunicação do grupo. O objetivo é incentivar outras empresas e a população a contribuírem com a reforma da ponte.
O Grupo RBS entrou na luta pela recuperação da Ponte Hercílio Luz, o cartão-postal mais querido do Estado. O compromisso foi assinado ontem, no gabinete do govenador Raimundo Colombo. O investimento total da RBS é de R$ 2 milhões, sendo R$ 500 mil de isenção fiscal, via Lei Rouanet de Incentivo à Cultura, e R$ 1,5 milhão em campanha de mídia. A ideia é incentivar outras empresas e a população a contribuírem com a restauração.
O vice-presidente do Grupo RBS em Santa Catarina, Eduardo Smith, disse que a recuperação do símbolo máximo da cidade e dos catarinenses se trata de um projeto meritório e que, como empresa de comunicação, a RBS tem o papel de mobilizar a sociedade.
– Queremos incentivar empresas e pessoas a doar, ajudando a esclarecer como as colaborações podem ser feitas por deduções do Imposto de Renda – declarou.
Campanha dará maior visibilidade
No evento, foi apresentado um vídeo que destaca o passado, o presente e o futuro da Hercílio Luz. A campanha é assinada pela Marcca Comunicação e se constitui de peças de TV, rádio, impresso e online, e que enaltecem o patrimônio como ícone da cultura e parte da beleza do Estado.
O governador avaliou a doação como um presente para Santa Catarina. Considera que a campanha irá dar maior visibilidade ao trabalho que vem sendo feito. Garantiu que até 2014 a ponte estará reaberta ao tráfego de veículos.
– Temos ali o terceiro maior gargalo do trânsito no país, ficando atrás da Avenida Brasil (Rio de Janeiro) e Marginal do Tietê (São Paulo). Iremos tirar 20% do tráfego da parte continental – explicou Colombo.
O governador considera que a reabertura ao tráfego é a única possibilidade concreta de minimizar o trânsito da Capital. Declarou que obras como a quarta ponte e a instalação do transporte marítimo são opções demoradas.
Walter Bier, diretor de Jornais e Online do Grupo RBS em SC, acredita se tratar do pontapé que irá alavancar contribuições. O vice-governador Pinho Moreira e o presidente da Assembleia Legislativa, Gelson Merisio, acompanharam a assinatura do protocolo.
SERVIÇO
O cadastro e o depósito ou transferência bancária pode ser feito no site
www.ajudeaponte.com.br
O comprovante é gerado pelo sistema online e pode ser impresso.
Mais informações:
08006444466
Como participar da restauração da Hercílio Luz via Lei Rouanet
PARA EMPRESAS
– Passo 1 – Empresas com faturamento acima de R$ 48 milhões podem deduzir até 4% do Imposto de Renda devido.
– Passo 2 – O investidor entra em contato com a Fundação Catarinense de Cultura para preencher o recibo de contribuição.
– Passo 3 – Depositar o valor desejado na conta do projeto (5700-2, agência 35823, Banco do Brasil).
– Passo 4 – Na declaração, incluir o valor destinado no formulário, abatendo do valor do Imposto de Renda a pagar.
PARA PESSOA FÍSICA
– Passo 1 – Contribuintes podem deduzir até 6% do Imposto de Renda.
– Passo 2 – Investidor preenche o recibo de mecenato na FCC.
– Passo 3 – Depositar o valor desejado na conta do projeto (5700-2, agência 35823, Banco do Brasil) até o último dia útil do ano corrente.
– Passo 4 – Na declaração, incluir o valor destinado no formulário. O ressarcimento do patrocínio pode ser abatido do valor do Imposto de Renda a pagar.
Fonte: FCC e Ministério da Cultura
(DC, 12/10/2012)
Captação soma R$ 1 milhão
Interditada para carros desde 1982, quando um laudo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) constatou a corrosão no cabo de sustentação do vão central, e fechada para pedestres em 1991, a ponte teve sua efetiva restauração iniciada em 2006.
Em risco de colapso, a integridade da Hercílio Luz depende da construção de uma estrutura provisória – em fase de montagem – de sustentação sob a ponte. É para esta etapa da obra que o Ministério da Cultural autorizou, em março deste ano, a Fundação Catarinense de Cultura (FCC) a captar até R$ 64,5 milhões via Lei Rouanet.
Com os R$ 500 mil que o Grupo RBS injetará, a captação chega à marca de R$ 1 milhão, pouco mais de 1,5% do que pode ser captado. Entre as entidades que contribuíram está a Celesc, que repassou R$ 450 mil para a restauração do bem, que é tombado nas esferas municipal, estadual e federal.
–A Celesc está comprometida com a revitalização deste patrimônio histórico e arquitetônico que é, reconhecidamente, o símbolo da capital catarinense. Este é o momento de direcionar esforços para a recuperação da Ponte Hercílio Luz – defende o presidente da Celesc, Antônio Gavazzoni.
Também estava presente o presidente da Fundação Catarinense de Cultura, Joceli de Souza.
– Pela Lei Rouanet, o poder público oferece ao contribuinte a condição de escolher onde quer direcionar parte do seu Imposto de Renda. O cidadão pode escolher se quer aplicar no patrimônio de nossa terra – sugeriu Joceli.
DECLARAÇÕES
RAIMUNDO COLOMBO, governador do Estado
“Temos ali o terceiro maior gargalo do trânsito no país, ficando atrás apenas da Avenida Brasil (Rio de Janeiro) e da Marginal do Tietê (São Paulo). Com isso, iremos tirar 20% do tráfego da parte continental da cidade.”
EDUARDO SMITH, vice-presidente do Grupo RBS em Santa Catarina
“A recuperação do símbolo máximo da cidade e dos catarinenses se trata de um projeto meritório e que como empresa de comunicação a RBS tem o papel de mobilizar a sociedade.”
(DC, 12/10/2012)
Operários preparam a estrutura
Quem passa no entorno da Ponte Hercílio Luz pode ter a impressão de que a obra está parada. Isso porque o trabalho de pré-montagem da estrutura metálica que dará suporte à travessia é feito no canteiro de obras ao lado da Ponte Pedro Ivo Campos.
Até agora foi realizada a restauração das cabeceiras e fincadas as 16 estacas no fundo do mar, que receberão a estrutura provisória para segurar a ponte durante a troca dos cabos de barra de olhal. Nesses primeiros trabalhos foram gastos R$ 66 milhões.
O governo tenta captar, pela Lei Rouanet, mais R$ 64,5 milhões para diminuir os custos do cofre do Estado com a obra, orçada em R$ 226 milhões. O que não for captado por isenção fiscal será financiado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Fase de sustentação termina em 2013
Conforme o presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra), Paulo Meller, o foco da construtora agora é terminar os blocos que unem os quatro grupos de estacas. Além disso, a empresa prepara a estrutura metálica, que ficará entre essas estacas e os macacos hidráulicos, onde serão ligadas as duas pontes – tecnicamente chamado de transferência de carga. O objetivo do governo é terminar essa fase em 2013. Com a travessia segura, em 2014 seria feita a troca dos cabos e das duas rótulas que dão flexibilidade à ponte pênsil.
– Quanto mais captarmos pela Lei Rouanet, que é um recurso a fundo perdido, menor será a dívida que o governo precisará assumir no financiamento com o BNDES – analisa Meller.
Para começar a investir o dinheiro da captação via Lei Rouanet na ponte, é preciso alcançar R$ 12,9 milhões, ou seja, 20% do montante de R$ 64,5 milhões. Como se trata de um bem em risco, a lei prevê a possibilidade de utilizar o recurso a qualquer momento. O Estado solicitou a autorização ao Ministério da Cultura em junho, mas ainda não recebeu respostas.
(DC, 12/10/2012)