Sobre o contorno viário

Sobre o contorno viário

Artigo escrito por Doreni Caramori Jr. – Empresário e presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif) (DC, 23/10/2012)
Na prática, Florianópolis, São José, Palhoça e Biguaçu formam hoje uma região conurbada. Todos os dias, milhares de pessoas cruzam o limite a entre os municípios muitas vezes sem nem perceber onde começa o perímetro urbano de uma cidade e termina o da outra. O movimento gera ganhos econômicos consideráveis e permite que moradores se beneficiem da proximidade entre grandes centros urbanos.
Mas a concentração populacional também traz desafios. O mais visível deles é o da mobilidade urbana. Vivendo em apenas uma cidade, com as características de infraestrutura existentes aqui, os mais de 800 mil habitantes da região representariam um desafio aos gestores. Ocorre que há, no caso, quatro polos distintos, ligados por uma rodovia que está entre as mais movimentadas do país. O resultado é uma situação impossível de administrar, que gera perdas econômicas, insegurança a quem transita pela região e torna verdadeiro martírio qualquer deslocamento de poucos quilômetros. Mantido o quadro atual, a situação vai se agravar a cada dia.
A saída é uma só: a construção do contorno viário, que vai permitir que os motoristas que se deslocam pela BR desviem da Grande Florianópolis e deixem a estrutura atual livre para o tráfego da região metropolitana.
A obra está prevista no contrato de concessão da rodovia – e contratos devem ser cumpridos, sob risco de punições aos signatários e, o pior, sob pena de comprometer o entendimento popular de uma modalidade – a concessão – que traz benefícios inequívocos em diversas áreas. A atual postura dos responsáveis pela obra no poder público federal e na concessionária é um acinte e não pode ser aceita. A sociedade precisa se organizar e exigir o cumprimento do acordado quando da concessão. Ou fazemos isso agora ou perderemos um tempo precioso assistindo à piora gradual da situação, o que vai comprometer ainda mais a qualidade de vida da população.