31 out Pacto pela vida
De acordo com o Ministério da Saúde, somente no ano de 2010, 41 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito em todo território nacional. E além de vítimas, há o custo sócio-econômico de tantos acidentes. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou que o valor pago a sinistros por morte ou invalidez foi avaliado em quarenta bilhões de reais por ano.
O número de vítimas seria ainda maior se fosse adotado o critério internacional de registros. De acordo com estudo divulgado pela Associação Brasileira de Pedestres (Abraspe), internacionalmente é considerado como morte em acidente de trânsito aquela que ocorre no local e também a que se verifica até 30 dias após a vítima ter sido socorrida. No Brasil não existe ainda um acompanhamento de registros hospitalares que possibilite a adoção dessa norma e só são contabilizadas as mortes que acontecem no local ou no traslado para o pronto-socorro.
Um outro dado que mostra a gravidade do que acontece no trânsito é o número de atropelamentos. Cerca de 25% do total geral de acidentes envolve pedestres, foram cerca de 10 mil mortes em 2010.
Para Eduardo Daros, presidente da Abraspe, a alta velocidade é o principal, mas não o único, motivo das mortes por atropelamento. “A gravidade e a morte está ligada à alta velocidade, sem dúvida. Agora não estou dizendo que a imprudência do pedestre não contribui para isso”.
Na tentativa de mudar essa realidade o Brasil assinou um compromisso com a Organização das Nações Unidas (ONU) de reduzir em 50% o número de mortos até 2020. Para isso, uma das medidas foi lançar o Pacto Nacional pela Redução de Acidentes – Parada: Um pacto pela vida, uma campanha permanente com objetivo de mobilizar os governos e a sociedade brasileira.
Fazendo parte do Parada está a “Paradinha”, nome da nova campanha do Ministério das Cidades, que tem como protagonistas as crianças. Elas devem conscientizar os pais e os adultos sobre a importância de cumprir as leis de trânsito para diminuir o número de morte de crianças em acidentes, mais de cinco por dia.
(Cotidiano, 30/10/2012)