Tribunal de Contas aponta irregularidades em edital

Tribunal de Contas aponta irregularidades em edital

Decisão preliminar do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE), publicada na semana passada no Diário Oficial do Estado, determina a suspensão do edital para a construção do acesso ao novo terminal do Aeroporto Internacional Hercílio Luz, em Florianópolis.
O Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra) tem 15 dias, a contar da data da publicação, para justificar as seis irregularidades apontadas pelo TCE e fazer as correções. Ou anular a licitação, o que pode atrasar ainda mais as obras.
Com base nas constatações da Diretoria de Controle de Licitações e Contratações (DLC), o relator da matéria, Gerson dos Santos Sicca, destacou que o Deinfra não comprovou que todas as áreas atingidas pelo projeto estão com as respectivas desapropriações concluídas. Para Sicca, a situação caracteriza construção em terreno alheio e isso pode gerar prejuízos com entraves judiciais e interferir no andamento e no custo final das obras.
De acordo com o diretor de Controle de Licitações e Contratos em exercício do TCE, Alyson Mattje, outras duas irregularidades restringem a participação de mais empresas concorrentes. Uma obriga a comprovação de experiência em um contrato único. Mattje explica que para obras dessa natureza, uma empresa poderia provar sua experiência com vários atestados.
– Isso restringe a concorrência, e quanto mais empresas participantes, menos o governo pagaria. A mesma coisa acontece com o item que obriga um engenheiro com contrato permanente – explica.
Dúvidas sobre o orçamento
Outra situação irregular constatada pelo tribunal é o orçamento básico para o serviço de “compactação camada final de aterro de rocha BC”, considerado inconsistente.
– Nós não encontramos no projeto a indicação dessa camada de brita colocada antes do asfalto, que está prevista no orçamento – diz Mattje.
O TCE também considerou irregular a inclusão de Imposto de Renda (IR) como Benefícios e Despesas Indiretas (BDI). Isso porque uma empresa só paga imposto se tiver lucro, o que não se pode prever antes do final de um exercício.
O orçamento, que consta na licitação, de R$ 15 milhões, também é considerado irregular, já que o projeto vai consumir R$ 65 milhões.
Segundo Mattje, uma justificativa resolve essa questão, já que a obra vai ultrapassar mais de um exercício fiscal do governo estadual, uma vez que está prevista para acabar em 2014.
(DC, 18/09/2012)