11 set Floripa e seus candidatos
Artigo escrito por Laudelino José Sardá – Jornalista, professor universitário na Unisul (DC, 11/09/2012)
Mais uma vez, os candidatos a prefeito buscam o caminho mais fácil do marketing eleitoral, com promessas de soluções em nova versão para o transporte coletivo, creche, asfalto, escola, hospital, etc. E, assim, Floripa é apenas detectada sob o olhar de cada problema, como se os políticos estivessem assentando tijolos sem um projeto.
Cada problema exige solução, mas enquanto a cidade não souber do que realmente precisa, com certeza continuará costurando e improvisando obras, como se viadutos, creches, transporte marítimo equacionassem os dramas sociais de Floripa, que ainda não se desatou da selva de embaraços e complicações do crescimento desorganizado.
Há na cidade mais de 80 mil pessoas vivendo em estado de pobreza, e os políticos ainda acham que a solução é a polícia encorpada. A Bahia ganhou fama ao blindar o turístico Pelourinho da pobreza, e hoje não consegue esconder a miséria e a violência. Os inquilinos quadrienais da prefeitura não enxergam Floripa em toda a sua dimensão social, econômica e cultural. Eles preferem o varejo, embelezando avenidas e o Centro, sem mensurar a importância do mar, montanhas, rios, mangues, da cultura e dos demais patrimônios como essência do desenvolvimento sustentável.
Asfaltar, construir creche, melhorar transporte e outras coisas mais, tudo isso é fácil, com dinheiro e insensatez. O difícil é dispor de um bom projeto que contemple qualidade de vida nos 480 quilômetros quadrados da Ilha e no distrito e bairros continentais. Floripa precisa de um prefeito com autoridade e visão, que comande o processo da sua reorganização. Não somos uma cidade apenas de baladas noturnas. Temos história, magia, natureza, universidades, artes. Temos uma cara linda para ser mostrada, e não costurada.