06 ago UFSC está entre as que mais divulgam
A Universidade Federal de Santa Catarina figura entre as cem instituições de ensino do mundo que mais divulgam o conhecimento produzido na internet, tornando mais acessível à comunidade as pesquisas realizadas
A UFSC está entre as cem universidades do mundo que mais disponibilizam conhecimento na internet. A universidade ocupa a 98ª posição no Ranking Web of World Universities (Webometrics), lista que analisa mais de 20,7 mil instituições de ensino superior em 228 países. A UFSC é a terceira melhor colocada na América Latina e a segunda no Brasil.
O levantamento é feito por um grupo de pesquisa do Ministério da Educação da Espanha. Publicado duas vezes por ano, o ranking mede volume e qualidade de artigos científicos de pesquisa e projetos de extensão e institucionais disponíveis na internet. Para o pró-reitor de Pesquisa e Extensão da UFSC, Jamil Assereuy Filho, o bom posicionamento mostra que a instituição aproxima a comunidade da informação.
– É um reconhecimento ao trabalho feito na universidade, mas também mostra que estamos cumprindo o papel de oferecer acesso ao conhecimento – avalia.
Outro fator analisado é a publicação de artigos científicos em revistas internacionais virtuais. Para o pró-reitor, este tipo de divulgação reforça a qualidade da produção de pesquisa e extensão da universidade, mas também faz crescer a exigência por melhores trabalhos. De acordo com Assereuy Filho, a UFSC ocupa o quinto lugar em publicação de pesquisa em revistas científicas, perdendo apenas para USP, UFMG, UFRJ e UFRGS. Atualmente, o portal da UFSC permite que laboratórios, departamentos e docentes criem suas próprias páginas.
Conteúdo recebe linguagem acessível
O compartilhamento do domínio ufsc.br facilita a publicação dos artigos científicos e instituições, uma das características que contribuiu para a ascensão da 129ª posição registrada em janeiro deste ano à 98ª seis meses depois. Depois de uma queda em agosto de 2010, quando a UFSC ocupou o 377º lugar no ranking mundial, os resultados só melhoraram.
Na avaliação do pró-reitor, a universidade tem ainda muito a conquistar. Um dos projetos é tornar mais acessível o conteúdo científico à comunidade. A UFSC quer aumentar, por exemplo, a participação no Ciência em Pauta, projeto de extensão do curso de Jornalismo, que “traduz” em reportagens pesquisas feitas por outros setores da universidade. O site amplia para a internet o que é feito em versão impressa.
Para a professora Débora Peres Menezes, ex-pró-reitora de Pesquisa e Extensão, o crescimento da instituição no Webometrics é resultado de políticas adotadas há cerca de 10 anos. Neste período, a universidade começou a incentivar a publicação de artigos científicos na internet e em revistas especializadas. Débora destaca que, além da pesquisa, os projetos de extensão são responsáveis por alavancar a UFSC no ranking.
– Esperamos que a produção de qualidade cresça ainda mais. A UFSC contratou professores com boa formação, muitos com doutorado, que podem produzir muito.
(DC, 04/08/2012)
Trabalho bom e constante
Para o presidente do Conselho Estadual de Educação, Maurício Fernandes Pereira, o bom desempenho da Universidade Federal de Santa Catarina no Webometrics é reflexo de um trabalho bom e contínuo que tem sido feito na universidade por parte da reitoria, professores, servidores e, também, dos alunos.
Segundo Fernandes, é provável que a UFSC venha a liderar a avaliação do Webometrics, embora o mais importante não seja isso.
– A constância é o que importa. O fato de crescermos ano após ano comprova a excelência do trabalho.
De acordo com o presidente, a Webometrics leva em consideração o trabalho de pesquisa científica desenvolvido pelas instituições e, neste quesito, a UFSC tem uma estrutura comparada às melhores do mundo.
– Principalmente nas áreas de engenharia e biociência, nossa produção é muito intensa e qualificada.
Institutos firmam mais parcerias
Pereira ressalta que o bom desempenho da UFSC no ranking faz com que os institutos de pesquisa prestem mais atenção na universidade, firmando mais parcerias para o desenvolvimento de mais trabalhos.
– Isso fomenta a produção científica e aperfeiçoa ainda mais o nosso trabalho. É um ciclo virtuoso.
O Conselho Estadual de Educação acompanha também as universidades comunitárias de São José e Palhoça, na Grande Florianópolis. Sobre o desempenho destas instituições, Pereira explicou que elas até desenvolvem pesquisa, mas o foco mesmo seria a extensão.
Sobre as universidade particulares, o presidente destacou o bom desempenho na área de pesquisa científica da Unisul, da Unesc, da Univali e da Unoesc.
– Nas instituições particulares, este processo é mais complexo porque a pesquisa não é uma atividade com retorno a curto prazo. Ainda assim, estas instituições se destacam no desenvolvimento de bons trabalhos de pesquisa – concluiu.
20,7 mil
instituições de ensino em todo o mundo são avaliadas no ranking
MARCIA BARBOSA HENRIQUES MANTELLI, Professora de Engenharia Mecânica da UFSC:
“Nas áreas que pesquisamos mais a fundo, temos reconhecimento internacional. Não devemos a nenhum outro centro no mundo.”
MAURÍCIO FERNANDES PEREIRA, Presidente do Conselho Estadual de Educação:
“Principalmente nas áreas de engenharia e biociência, nossa produção (da UFSC) é muito intensa e qualificada.”
(DC, 04/08/2012)
Falta de pessoal é obstáculo
Os laboratórios dos departamentos da UFSC têm autonomia no desenvolvimento dos seus sites. Normalmente, são abastecidos com as publicações dos artigos e agendas de palestras e seminários por funcionários e até mesmo alunos. Por conta disso, eles nem sempre estão atualizados como se deve.
É o caso da página do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), que segundo o pró-reitor de pesquisa, o professor Jamil Assereuy Filho, é um dos mais acessados na busca de artigos.
Professora do departamento e da pós-graduação em Engenharia Mecânica da UFSC, Marcia Barbosa Henriques Mantelli falou que o site do laboratório que ela coordena – tubos de calor –, por exemplo, está desatualizado, mesmo havendo material produzido para disponibilizar. O problema está na falta de pessoal para fazer isso com a frequência necessária.
– Uma atualização mensal, com pelo menos quatro artigos já seria suficiente – explica a professora ressaltando que só ela, este ano, deve publicar 12 artigos.
Empresa investem nos laboratórios
De um modo geral, o Departamento de Engenharia Mecânica é um dos que mais produz pesquisa na universidade federal e, por conta disso, conta com muito financiamento de empresas que investem no desenvolvimento no setor.
– Nas áreas que pesquisamos mais a fundo, temos reconhecimento internacional. Não devemos a nenhum outro centro no mundo. Nossos alunos são bem informados e comprometidos com os trabalhos de pesquisa – disse Márcia.
Para a professora, que este ano concorre ao prêmio Cláudia na categoria ciência, este tipo de reconhecimento ajuda a melhorar o desempenho do departamento e da universidade como um todo.
– Essa colocação no ranking não nos concede nenhum prêmio em dinheiro, mas representa uma valorização do nosso trabalho. Isso é muito motivador – concluiu.
(DC, 04/08/2012)