21 ago Para Floripa com amor
Artigo escrito por Laudelino José Sardá – Jornalista e professor (DC, 21/08/2012)
Valho-me do iluminado título do filme de Woody Allen Para Roma com Amor apenas para convidar os candidatos a prefeito a pensarem Floripa com paixão, e não se utilizarem dela como estratégia simples de conquista do poder. É preciso que suas propostas sejam sugestivas a uma reflexão profunda de Floripa com amor para salvá-la de intempéries de egocentrismo político e corporativo.
Pensar Floripa com amor equivale a sobrepor sua essência humana e cultural às obras comuns destinadas a problemas urbanos. A cidade perde o seu glamour por duas principais causas: 1) os gestores não enxergam e nem se inspiram na imponência do mar; 2) a cidade não sente a riqueza da sua história, cultura e a sensibilidade humana. O próprio morador vive rotinas na cidade sem experimentar a espiritualidade e o seu lado místico. O leitor, por acaso, tem ideia da nossa riqueza cultural?
O pintor da Primeira Missa no Brasil, Victor Meirelles, é da Ilha e o seu museu fica a cem metros da Praça XV. O pesquisador Franklin Cascaes escreveu, pintou e esculpiu a magia da Ilha, mas seu acervo está escondido, quando poderia ocupar um espaço nobre na cidade. Os 150 anos de Carnaval da Ilha pedem um museu, enquanto o nosso poeta Cruz e Sousa, ressaltado no exterior, vive à sombra de uma cultura adormecida.
A Ilha reúne grandes artistas plásticos, poetas, músicos, escritores… Mas parece que só tem praias, que, mesmo assim, só são lembradas na metade de uma estação. Imaginem conjugar a beleza natural com a riqueza cultural!
Além de museus, teatros, músicas, festivais, etc, Floripa pode ganhar parques naturais, áreas de lazer e se tornar em atração permanente nos 12 meses do ano. Floripa com amor merece um voto consciente para ser sentida como uma cidade robusta na essencialidade humana e cultural.