01 ago Nova ligação fora do planejamento urbano
(Da coluna de Carlos Damião, ND, 31/07/2012)
Quando a cúpula do governo anunciou na segunda-feira (30) as possibilidades de nova ligação entre Ilha de Santa Catarina e Continente, houve quem percebesse uma ausência sintomática: onde estavam as autoridades ou técnicos do município, num assunto que diz respeito, em 100%, ao município de Florianópolis. Seria lógico, portanto, que tivessem sido convidados à apresentação, se não o prefeito Dário Berger, ao menos técnicos vinculados ao Ipuf (Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis). Um leitor me enviou a seguinte observação a essa propósito: “Isso que o Artigo 182 da Constituição define claramente que a política de desenvolvimento urbano é executada pelo Poder Público municipal e o § 1º estabelece que é o plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana!”.
Integração
O mesmo leitor registra: “Vale a informação de que até 2003 todas as definições do sistema viário sobre o aterro da Via Expressa Sul sempre tiveram a participação efetiva do Ipuf, mesmo quando eram oponentes as administrações estadual (Paulo Afonso) e municipal (Angela Amin), quando o engenheiro Luciano Presta respondia pela superintendência da Via Expressa, entrosamento que acabou após o fim da gestão do governador Esperidião Amin”.
Cobrança
Portanto, cumpre aos candidatos que estão em campanha à prefeitura cobrar das autoridades estaduais a participação efetiva do poder público municipal, não só na escolha do modelo (entre os 12 apresentados), como também na sua adequação ao Plano Diretor de Florianópolis, seja o vigente, seja o que futuramente será votado pela Câmara de Vereadores.
Ironia
Perceba a ironia, leitor. Fala-se tanto em mobilidade urbana, mas ao mesmo tempo o próprio poder público desestimula o transporte alternativo… “Com tanta biboca no Ticen não poderia ter um local para estacionar bicicletas?”, questiona o leitor Paulo Justo, que espera dos candidatos à prefeitura atitudes mais contemporâneas em relação a esse problema.