Revitalização do Bosque Pedro de Medeiros, em Florianópolis, ainda não saiu do papel

Revitalização do Bosque Pedro de Medeiros, em Florianópolis, ainda não saiu do papel

Objeto de denúncia por abandono e falta de manutenção há pouco mais de três meses, o Bosque Pedro de Medeiros, no Estreito, passa por processo de revitalização para recuperar a beleza que abriu as portas, em 2002, da única área de lazer verde que representa a Capital no Continente.
Entre os problemas do bosque de 18 mil metros quadrados, apresentados na reportagem de 4 de maio do caderno Continente, estavam a falta de segurança nos deques da entrada do parque, que estavam podres e com pregos expostos, além de erosões ao longo das trilhas, roletas enferrujadas, entulhos acumulados e guarita com vidro quebrado.
Após pouco mais de dois meses, boa parte da falta de manutenção foi resolvida. O local está com deque novo, que ainda passa por pintura, o vidro da guarita foi trocado e as roletas enferrujadas foram retiradas da entrada, dando uma nova cara para quem busca o local, rico em Mata Atlântica, pássaros e orquídeas. O lago, que havia sido aterrado, está sendo novamente aberto.
As cercas das trilhas também começaram a ser recolocadas, mas o serviço ainda não foi finalizado. Segundo o chefe de Departamento de Unidades Externas da Secretaria do Continente, Antônio Carlos Simas, os trabalhos de revitalização do bosque foram interrompidos quando detectaram problemas na tubulação de drenagem do bosque.
A rede pluvial está sendo ampliada com o ganho de um novo tubo de 40 centímetros de diâmetro para auxiliar no escoamento da água que, antes, ficava acumulada e provocava mau cheiro. Enquanto os funcionários estiverem resolvendo o problema da drenagem, as pinturas dos deques e colocação das cercas nas trilhas ficarão suspensas.
O problema da erosão ao longo do passeio no bosque, com buracos que trazem perigo e atrapalham a acessibilidade, permanece. Simas enfatiza que um estudo está sendo elaborado para detectar o tipo de recomposição que poderá ser feito nos buracos das trilhas. Além disso, em paralelo, há um projeto para privilegiar a acessibilidade das trilhas, inclusive com alargamento.
— Estou remanejando o máximo de funcionários que posso para resolver os problemas do local. Hoje, o bosque virou um canteiro de obras como nunca foi.
O Museu do Presépio, outra iguaria do lugar, também está do mesmo jeito, sem restauração desde a abertura do bosque e com estrutura precária. Após a reportagem do Continente, uma vistoria foi realizada pelo Serviço de Patrimônio Histórico Artístico e Natural do Município (Sephan) no local para elaborar o estudo de reforma do patrimônio tombado. Conforme Simas, semanalmente, estão sendo feitas reuniões com a arquiteta da prefeitura para que o processo seja iniciado.
Não há previsão de início das obras. Segundo a assessoria do Ministério Público, a revitalização do bosque está sendo acompanhada. Foi pedido à prefeitura um relatório das atividades realizadas e das pendentes, que precisam de licitação para serem concluídas.
(DC, 13/07/2012)