Relatório da Fatma aponta problemas em estações de tratamento da Casan na Grande Florianópolis

Relatório da Fatma aponta problemas em estações de tratamento da Casan na Grande Florianópolis

Vistorias de técnicos da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), realizadas entre março e junho deste ano, em estações de tratamento (ETE) da Companhia Catarinense de Água e Saneamento (Casan) na Grande Florianópolis resultaram em um relatório de 120 páginas que apontam diversas irregularidades.
A situação mais grave foi identificada na ETE de Canasvieiras. Os apontamentos sobre ela preenchem cerca de 30 páginas do relatório.
Entre as infrações estão a disposição inadequada dos resíduos provenientes da rede coletora de esgoto; ausência de manutenção de equipamentos; disposição irregular de materiais e equipamentos em área de vegetação nativa e vazamento de esgoto na área utilizada para descarte de efluentes dos caminhões limpa-fossa. O relatório aponta, ainda, irregularidades nas ETEs Vila União, Barra da Lagoa, Praia Brava, João Paulo, Insular, Potecas e Rancho Queimado.
Este é o primeiro relatório geral elaborado pela Fatma. De acordo com o presidente da Fundação, Murilo Flores, até então, o órgão havia apenas realizado vistorias pontuais.
— Este relatório se deu pelo acúmulo de pedidos do Ministério Público que vinha pressionando a Fatma a verificar problemas apontados em denúncias — explicou Flores.
Fatma entende que os problemas são “inadmissíveis”
Segundo o presidente da Casan, Dalírio Beber, o relatório faz parte de um acordo entre a Casan e Fatma, firmado desde o inicio do atual governo, para levantar eventuais pontos críticos e elaborar um diagnóstico situação:
— Vimos o resultado de forma positiva, porque agora temos este diagnóstico, um ponto de partida, que irá se agregar a outros estudos internos da empresa para corrigir distorções e orientar os novos investimentos que estão programados.
O documento traz também 15 autuações da Fatma contra a Casan. Além disso, o Instituto Chico Mendes multou a companhia por danos à Estação Ecológica de Carijós em mais de R$ 1 milhão em multas. Desde o dia 26 de junho, a Casan deveria pagar diariamente, mais de R$ 50 mil. Beber explica que o pagamento significa o reconhecimento de irregularidades.
— A Casan não reconhece como devidas e tem o direito e vai contestar até a ultima instância.
O presidente da Fatma descreveu os problemas apontados no relatório como “inadmissíveis”, uma vez que existe uma estrutura e ele não está funcionando.
— Ainda assim, temos problemas muito mais graves, como as redes clandestinas de esgoto e o próprio fato de o serviço não ser atendido a todos — disse Flores.
Com relação ao comprometimento da balneabilidade, o presidente explicou que as deficiências levantadas no relatório comprometem sim, mas não são os fatores principais.
(DC, 18/07/2012)