26 jun Usuários de ônibus na Capital sofrem com abrigos destruídos
O guarda-chuva nas mãos do usuário do transporte coletivo da Capital substitui o telhado do abrigo de ônibus, provavelmente levado pelo vento. Em algumas ruas, o material quase cai em cima das cabeças de quem espera pela condução. Goteiras nos dias de chuva também não são incomuns. Há pelo menos dois anos os 280 abrigos de ônibus administrados pela Secretaria de Transportes aguardam por manutenção. Florianópolis conta com 1.200 abrigos, mas a maioria é mantida por empresas privadas, em troca de publicidade.
O último reparo dos abrigos da prefeitura aconteceu em 2010, mas, pelo baixo orçamento disponível para o serviço, não abrangeu todos. De acordo com Adriano Mafra, gerente administrativo-financeiro da secretaria, que acumula também a vaga de gerente de abrigos, em 2011 foi aberto processo licitatório para manutenção. “Ele já está concluído, tivemos uma empresa vencedora, mas a proposta dela não era viável. O processo voltou para a diretoria de licitação, da Secretaria de Administração, e continua parado”.
O contrato de execução dos reparos está orçado em R$ 300 mil. “Se um abrigo quebra totalmente, por exemplo, o gasto é de quase R$ 11 mil”, argumentou. Ele diz que a secretaria, até 2011, não conseguia verba maior do que R$ 70 mil para fazer as manutenções.
Projeto prevê troca de administração
O vice-prefeito e ex-secretário de Transportes, João Batista Nunes, encaminhou pedido de formulação de edital, que prevê a troca de todos os abrigos, com administração de uma única empresa de publicidade. A vencedora da licitação ainda se comprometeria a instalar uma quantidade, a ser estipulada, de abrigos por ano. “Os abrigos estarão adaptados para a licitação do transporte coletivo. Em alguns haverá painéis eletrônicos, que mostram, por exemplo, onde o ônibus está. Os veículos contarão com GPS no novo modelo”, afirmou Adriano Mafra. O pré-edital elaborado pela secretaria e enviado ao prefeito ainda não chegou à procuradoria-geral do município, encarregada de analisar o conteúdo dos editais.
Falta de manutenção é constatada
Os usuários, que convivem diariamente com os abrigos danificados, são os mais prejudicados. O morador do Estreito Joy Passos argumentou que o problema é um efeito colateral da epidemia de consumo de crack na cidade. Segundo ele, usuários arrancam as partes de alumínio das paradas para comprar a droga. “Além do problema social, tem o fato da prefeitura não fazer a manutenção adequada nos pontos de ônibus”, avaliou. A diarista Vera Lucia Miranda, 53 anos, reclama que praticamente todos os abrigos do bairro Estreito estão danificados. Para ela, em dias chuvosos os percalços são maiores. “Eles têm goteiras, estão sujos e com os vidros de proteção quebrados”.
(ND, 25/06/2012]