19 jun SC-401, na Capital, vira polo de empresas de tecnologia
Segunda atividade econômica que mais arrecada impostos em Florianópolis, o setor de tecnologia cresce, em média, 20% ao ano. A expansão está, agora, quebrando os limites dos prédios comerciais do Centro e mudando a paisagem. A exemplo do Vale do Silício, que cresceu às margens da estrada El Camino Real, na Califórnia, o polo da Capital encontrou terreno fértil na SC-401, que liga o Centro ao Norte da Ilha.
Hoje, são dois condomínios de empresas em operação, outros três em obras e um em fase de projeto.
— Há um movimento de migração das empresas do Centro de Florianópolis para locais da Ilha onde possam expandir o negócio, com a contratação de mais funcionários e uma estrutura moderna, integrada e sustentável. Neste processo, o principal destino tem sido a SC-401 — afirma José Eduardo Fiates, diretor executivo do Sapiens Parque.
Para Rui Gonçalves, presidente da Acate, o que motiva as empresas de Florianópolis a migrarem é, primeiro, o espaço. Os prédios verticais do Centro, divididos em salas de até 30 metros quadrados, limitam a expansão. À medida que o negócio cresce, é preciso locar novas salas do edifício, algumas vezes espalhadas pelos andares, o que atrapalha a produtividade. Segundo Rui, inovação pede sinergia entre os funcionários e entre as próprias empresas. Esta, inclusive, é uma das vantagens de um polo: a proximidade das empresas, o que gera, ainda, centros de referência.
A história da Softplan, que desenvolve sistemas de gestão, é exemplar do movimento. A empresa nasceu há 21 anos, em uma pequena sala de um edifício da Rio Branco, no Centro da Capital. A ampliação seguiu para outras salas do mesmo prédio. Em 1996, a empresa mudou para o edifício onde fica a Acate, hoje, na Trindade, e alugou meio andar em salas. O próximo passo foi a SC-401.
— Mas desta vez, construímos sete andares, deixando cinco de folga para a futura expansão. Sete anos depois da mudança, a Softplan já ocupava todo o prédio, e precisava mudar outra vez — conta o diretor Ilson Stabile.
Recentemente, a empresa comprou um terreno para construir 27 mil metros quadrados de sede, em dois prédios de seis andares cada, no Sapiens Parque, ainda na SC-401.
Novas obras valorizam a região
Outro ponto que favorece a SC-401 é o custo. No Centro, de acordo com a Acate, o aluguel do metro quadrado em um prédio corporativo vai de R$ 20 a R$ 50. Na SC-401, costuma valer não mais do que R$ 30, mas o cenário é de valorização diante dos novos empreendimentos.
O Square Corporate, projeto da construtora gaúcha CFL para a entrada do Bairro Cacupé, será um empreendimento modulado, adaptando salas em uma área construída total de 108 mil metros quadrados. O diretor da CFL, Ricardo Saldanha, diz que a meta é concluir o projeto até 2016.
Ele lembra que, há dois anos, a CFL fez uma leitura de mercado, identificando que o eixo econômico da cidade estava mudando para a SC-401.
Ainda neste ano, será inaugurada a primeira das seis torres que compõem outro projeto na rodovia: o Techno Towers, ao lado do Parque Tec Alfa. O local contará com escritórios de 150 até 650 metros quadrados.
Lotação em seis meses
Já em operação, o Corporate Park é outro prédio que reconheceu o potencial da SC-401. O complexo criado para atender diversos setores abriga também empresas de comunicação, entretenimento e gastronomia. Mas, desviando da intenção inicial, o Corporate acabou locando 50% do seu espaço para empresas de tecnologia.
Felipe Didone, diretor da Rá Incorporações, que administra o Corporate, acredita que a localização, aliada à estrutura ampla e modular do Corporate, que oferece até 1,2 mil metros quadrados para apenas uma sala, atraíram as empresas do setor.
— Sabíamos que havia uma carência de espaços adequados no setor, mas este não era o foco. No começo, a procura das empresas de tecnologia foi aumentando e abrimos os olhos para a atividade — afirma Didone.
A ocupação rápida do Corporate surpreendeu. Segundo o diretor, a estimativa era terminar a construção do com 50% de ocupação, mas a taxa foi de 70%. A meta era locar todo o complexo em um ano, o que aconteceu em seis meses.
O caminho da tecnologia
(DC, 19/06/2012)