22 maio Tartaruga-verde volta ao mar da Barra da Lagoa, em Florianópolis
A tartaruga da espécie verde, solta na tarde de ontem por biólogos do projeto Tamar, em Florianópolis, justificou a frase “a passos de tartaruga”, dita às pessoas que fazem suas atividades de forma lenta. Durante 14 minutos, observada pela comunidade da Barra da Lagoa que acompanhava a jornada, ela percorreu os 50 metros até ser levada pelas ondas. A última vez que a tartaruga havia encontrado com o Oceano Atlântico aconteceu há um mês, quando foi localizada por pescadores da Barra da Lagoa enrolada em redes de pesca.
Recebida pelo projeto Tamar, a tartaruga-verde passou pelos cuidados necessários para se reestabelecer. “Ela chegou aqui fraca, defecando lixo. Fizemos todo um trabalho de desintoxicação”, explicou a bióloga do projeto, Camila Trentin Cegoni.
Apesar de chamarem de “ela”, os biólogos não sabem precisar se é um macho ou uma fêmea. Isso porque o sexo das tartarugas só se conhece na idade adulta, com 30 anos, quando a cauda dos machos cresce e a das fêmeas permanece curta.
A tartaruga libertada pelo Tamar tem 34 centímetros e pesa cinco quilos, sendo considerado um animal juvenil entre cinco e sete anos. Quando chegar à vida adulta, a tartaruga verde torna-se um animal gigante, com 300 quilos e mais de 1,10 metro de casco.
Apesar de voltar ao mar em uma época de pesca da tainha, quando há ainda mais redes de pesca, a bióloga explica que não há porque esperar para fazer o retorno do animal. “Ela corre o risco de se enrolar novamente, mas como está saudável não há porque deixá-la em um ambiente que não é o dela”, disse.
Aplausos na volta ao mar
Depois de esperar quase 15 minutos, uma longa salva de palmas comemorou a volta da tartaruga-verde ao mar. Mais de 80 pessoas acompanharam a soltura do animal, com destaque para as crianças, que ficaram encantadas ao tocar na tartaruga.
A estudante Nathalia Padilha, 9 anos, viu pela primeira vez uma tartaruga encontrando o mar. “Achei ela muito gelada e linda de perto”, descreveu a garota, que sabia detalhes sobre a vida dos animais marinhos. “Foi ela quem insistiu em virmos aqui novamente. Estivemos ontem (sábado) aqui no Tamar e os funcionários nos falaram que hoje (ontem) haveria a soltura”, comentou a mãe Alessandra Padilha, 35.
Rodrigo Passos, 33, técnico em edificações, disse que teve sorte de estar com o filho Heitor, 3, no fim de semana da soltura da tartaruga. “É uma importante forma de conhecer mais sobre esses animais. Quero que o meu filho cresça com esse respeito à natureza”, enfatizou.
(ND, 21/05/2012)