22 maio Site de notícias americano destaca potencial de Florianópolis na indústria tecnológica
Florianópolis representa o futuro do Brasil. É o que considera o portal de notícias americano Business Insider, especializado em negócios. A matéria publicada nesta semana destaca o potencial da indústria tecnológica da Capital, além de exaltar a beleza natural, a segurança, a cultura e a energia da cidade.
E esta não é a primeira vez que a mídia internacional volta os olhos para Florianópolis. O jornal The New York Times e o canal inglês BBC World também já fizeram suas apostas na Capital catarinense. E provavelmente não é a última. A cidade entrou na rota mundial da tecnologia e da qualidade de vida.
A matéria do Business Insider recomenda que empreendedores e investidores americanos estejam em Florianópolis, porque a Capital catarinense representa o futuro brasileiro, em uma época em que o próprio Brasil é capaz de determinar os rumos do Ocidente.
Entre as principais razões do repórter Simon Black para colocar a cidade em tal patamar, estão o poder de atração de profissionais qualificados e criativos, a qualidade de vida, baseada nas belezas naturais, na segurança, no custo de vida, e no acesso rápido às principais cidades do país e do Mercosul, além da cultura aberta e flexível a mudanças. O critério principal, porém, é o sucesso do pólo tecnológico da cidade. A matéria acredita que Florianópolis será a “the next big thing” mundial, em áreas que vão desde energia até nanotecnologia.
Para Rui Gonçalves, presidente da Associação das Indústrias de Tecnologia de Santa Catarina (Acate), a capital catarinense é também a capital nacional da inovação. De acordo com ele, a percepção da mídia estrangeira sobre a cidade é reflexo do interesse internacional de empresas e investidores. Ao mesmo tempo, incentiva ainda mais a curiosidade de outros países e dá possibilidades de novos negócios.
— Do ano passado para cá, Florianópolis recebeu missões de empresários italianos, portugueses, franceses e espanhóis, além do interesse de cinco ou seis fundos de investimento americanos. A missão da França, formada por empresas do setor varejista, visitou apenas três cidades brasileiras. Rio de Janeiro, São Paulo e Florianópolis. Estamos, definitivamente, na rota da indústria tecnológica mundial — afirma Gonçalves.
O diretor-executivo do Sapiens Park, José Eduardo Fiates, acrescenta outro exemplo prático da atenção estrangeira sobre as empresas tecnológicas da Capital:
— Na semana passada, o diretor do grupo americano Forest City, uma das quatro maiores operadoras imobiliárias dos Estados Unidos especializada em centros corporativos e comerciais considerou levar a empresa de Florianópolis Reason para um dos seus parques tecnológicos. Também, está estudando construir empreendimentos na cidade.
Interesse estrangeiro por Florianópolis ocorreu espontaneamente, acredita diretor-executivo do Sapiens Park
Para Fiates, as empresas de Florianópolis ganharam credencial em outros países por estarem unidas em um pólo tecnológico forte. Ele adiciona que a projeção da cidade no exterior foi espontânea, e começou em 2003, com uma pequena articulação, quando o Sapiens Park convidou um grupo de arquitetura do MIT (Massachusetts Institute of Technology), o mesmo que elegia as cidades mais dinâmicas do mundo na revista Business Week, a ajudar na construção do centro. Além da influência do MIT no centro tecnológico de Florianópolis, a cidade foi parar na lista das dez mais dinâmicas do mundo pela revista.
— As pequenas ações foram entrando em círculo virtuoso. Elas chamam a atenção da mídia, enquanto o destaque de Florianópolis na imprensa ajuda a consolidar o pólo tecnológico e dar credibilidade para as empresas daqui — argumenta Fiates.
Rui Gonçalves destaca que, por outro lado, a indústria tecnológica da cidade tem um déficit permanente de mão de obra. Segundo ele, as empresas precisam sempre de mil profissionais, em média. Além disso, a atração de profissionais qualificados que promove no exterior dificilmente termina em contratação, devido à intensa burocracia do processo.
Pelo menos, todos concordam que os brasileiros estão magnetizados pela cidade. Uma recente pesquisa do IBGE mostrou que Santa Catarina ocupa o terceiro lugar no ranking nacional de migração entre Estados. De acordo com o economista Marcelo Neri, coordenador da pesquisa sobre a nova classe média da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Florianópolis tem grande responsabilidade no desempenho do Estado, por causa da qualidade de vida que oferece. Para ele, qualidade de vida significa atração de pessoas com alto poder aquisitivo e profissionais especializados.
Assim como a matéria do Business Insider, Marcelo acredita que Florianópolis é a cidade que melhor representa o futuro do Brasil. A principal razão é que ela é a capital com a maior taxa da população na classe A do Brasil. Quase 28% das famílias têm uma renda per capita superior a R$ 6,7 mil. Ao mesmo tempo, ele reforça, a desigualdade de renda, na Capital, não só não aumentou, como diminuiu.
(DC, 19/05/2012)