17 abr Final de semana sem lazer no Palmeirinha, em Florianópolis
Nos últimos 50 anos, esse foi o primeiro final de semana sem jogo no Palmeirinha. Na última terça-feira(10), o pequeno campo de futebol, com 8.020 metros quadrados, em frente à rodovia Osni Ortiga, foi desativado para cumprir ordem de uma reintegração de posse à família de Walnei Medeiros. O prefeito Dario Berger tentará negociar o terreno até quarta-feira, diante da mobilização dos moradores do Porto da Lagoa, onde gerações fizeram da disputa pela bola o principal lazer da comunidade.
A turma de Edmilson Roberto de Amorim se reuniu no final de semana, para jogar sinuca, no bar próximo ao Palmeirinha. De lá eles ficam de olho para que ninguém invada o gramado: “Temos um acordo com a Prefeitura, nem a comunidade nem o proprietário do terreno entra no campo até quarta-feira”.
É que nesse dia, o Prefeito Dario Berger terá uma resposta para comunidade do Porto da Lagoa. O administrador está negociando um valor adequado ao orçamento do município, e tentará adquirir o imóvel. Segundo o presidente do Palmeirinha, Izaías Bittencourt, quatro mil pessoas usufruem do espaço.
Entenda o caso:
– Na última terça-feira (10), um oficial de Justiça, acompanhado de policiais militares, garantiu a reintegração de posse à família de Walnei Medeiros.
– Na manhã e noite de quarta-feira, moradores do bairro se uniram para protestar. Colocaram fogo em pneus velhos e bloquearam a passagem de veículos pela avenida Osni Ortiga.
– Na quinta-feira, a Prefeitura de Florianópolis entrou no caso. O prefeito da Capital, Dario Berger, solicitou avaliação da área. Com base no laudo, irá tentar um acordo com os proprietários.
– A ação é resultado de um processo datado de 1987. Walnei ingressou na Justiça para tomar posse do terreno onde estava o campo do Palmeiras, carinhosamente conhecido como Palmeirinha. O local era utilizado para jogos do time no campeonato amador, para treinamento de aproximadamente 250 crianças e para festas da comunidade.
– Os representantes da Associação Porto da Lagoa argumentam que o campo era utilizado pela comunidade há 50 anos. Já o advogado de Walnei apresentou três escrituras públicas da área, aceitas pela Justiça como prova há 15 anos, mas houve recursos e a reintegração de posse só ocorreu na terça-feira.
(ND, 15/04/2012)