02 abr Duplicação da Edu Vieira: o depoimento do engenheiro Riderer
Por Carlos Alberto Riederer – Engenheiro (Coluna do Moacir Pereira, DC, 31/03/2012)
Moacir Pereira,
Na coletiva do prefeito sobre a polêmica cessão de área da UFSC para duplicação da Rua Deputado Antônio Edu Vieira, em que estivemos, me manifestei que não há mais razões para rediscutir a cessão da área da UFSC, uma vez que foram feitas duas audiências públicas no Conselho Comunitário do Pantanal e uma na Câmara, antes da aprovação da Lei Complementar nº 088/2001 que define as características da duplicação.
Porém me restaram algumas dúvidas:
1- O prefeito disse que o projeto era de 2003, feito na gestão de Angela Amin e depois, indignado, disse que o IPUF se recusou a alterar o projeto, sem explicar o motivo para o pedido da alteração.
Por ter sido elaborado no período em que presidi o IPUF, desejo esclarecer que o projeto de 2003, que teve um custo elevado, é um projeto final de engenharia, ou seja, está completo para ser executado e prevê todas as etapas da obra, desde escavação, aterro, drenagem, pavimentação, até a sinalização. É esse o projeto que tem a licença ambiental da FATMA e teve o financiamento aprovado no Fonplata.
Além de não justificar a mudança do projeto, que na verdade não mudou o conceito básico original, não foi dito que vai para o lixo todo o trabalho anterior, que foi pago com dinheiro público, e também não foi mencionado o custo da mudança de projeto, feita pela mesma projetista do projeto original.
2- O prefeito fez menção à audiência de apresentação da proposta do Plano Diretor, feita pelo Presidente do Grupo Gestor do Plano Diretor Participativo, o Professor Rodolfo Pinto da Luz, no último dia 27. Não foi dito que naquela ocasião foi apresentado o mapa do eixo da mobilidade, composta pela ligação da Via Expressa Sul com a SC-401, que é, como no atual Plano Diretor, a Rua Deputado Antônio Edu Vieira !
Estranho que o Professor Rodolfo não esteve presente na coletiva, até por que, como ex-Presidente do IPUF, ex-Reitor da UFSC e atual coordenador do Plano Diretor, a meu ver, seria a pessoa mais indicada para negociar com a UFSC o impasse da cessão da área.
3- Sobre o binário composto pelas ruas Deputado Antônio Edu Vieira e Capitão Romualdo de Barros, reafirmo que não é uma boa alternativa, pois essas vias estão muito distantes uma da outra e não têm ligações intermediárias, ou seja, com a implantação de mão única, quem precisa ir da UFSC para o Pantanal, ou da Carvoeira para UFSC, terá que ir até o Saco dos Limões para retornar. Se estiver usando ônibus fica pior ainda, pois terá que fazer transbordo.
Pela falta de ligações intermediárias, o volume de tráfego gerado por essa imensa “rótula” deverá ser acrescentado ao volume do tráfego de passagem apresentado pelo projetista.
4- O prefeito alegou que o alto valor das desapropriações impediram a execução da duplicação no restante da Rua Deputado Antônio Edu Vieira. Vale ressaltar, porém, que todas as construções feitas nos últimos 30 anos já estão no alinhamento da duplicação e que, na maioria dos casos, a área do recuo já foi paga com índice construtivo, cujo valor o Fonplata aceitava como contrapartida para o financiamento.
5- Em sua fala, o vice prefeito mencionou a necessidade de implantar o BRT, porém no material distribuído na coletiva referente ao novo projeto, não está contemplada a canaleta exclusiva para ônibus, nem as estações de embarque nas quais ficam os cobradores. Existe apenas previsão de recuo para parada !
Será que teremos que pagar por nova alteração do projeto
Abraço, Carlos Alberto Riederer.”