21 mar UFSC estabece prazo para prefeitura apresentar nova proposta de duplicação da Edu Vieira, em Florianópolis
O Conselho Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) decidiu, nesta quarta-feira, não ceder os 18 mil metros do terreno da entidade, no Bairro Pantanal, para duplicar a Rua Deputado Antônio Edu Vieira, em Florianópolis. O parecer questiona o projeto e dá um prazo de seis meses para a prefeitura apresentar uma nova proposta, elaborada em parceria com a instituição de ensino e a comunidade.Já o município recebeu o resultado como uma afronta e quer que a UFSC faça o novo plano sozinha.
A UFSC exige estudos de impacto ambiental, de impacto de vizinhança e origem e destino de viagem. Só depois disso autoriza a concessão. Outra preocupação apontada é sobre as garantias de verbas para a obra. A prefeitura teria garantido até agora apenas R$ 6 milhões dos R$ 36 milhões necessários para o sistema previsto no projeto.
Conforme o parecer, assinado pelo professor Juarez Vieira e pelo aluno Sergio Schlatter Jr, o grande fluxo de carros na região não seria gerada só pela UFSC, mas também pela implantação de um shopping center e autorizações para a construção de outros empreendimentos.
— Os conselheiros perceberam que a UFSC pode contribuir com as demandas da Capital. Estamos dando o exemplo ao expandir a universidade para outras partes da Ilha, como o Sapiens Parque — diz o reitor Alvaro Prata.
Prefeitura lança desafio
O vice-prefeito e secretário de Transportes e Terminais, João Batista Nunes, lamentou a decisão do Conselho Universitário da UFSC. Ele não concorda com as justificativas da universidade para negar a cessão do terreno. Conforme Nunes, o projeto foi discutido com a comunidade desde 2003. O vice-prefeito ainda afirma que a prefeitura se colocou a disposição da universidade para discutir a proposta, mas nunca teria sido chamada.
— Se não aprovou nossa proposta, então que faça o projeto e apresente para a prefeitura aprovar . Lanço um desafio: não deem aula um dia para depois discutirmos quem gera os engarrafamentos na região — salienta o vice-prefeito.
Nunes questiona o porque a universidade, que tem autonomia sobre sua área na região entre a Trindade e o Pantanal, não debate com a comunidade as obras que faz no seu campus e o motivo que não apresenta estudos de impacto de vizinhança de seus prédios. A Pró-Reitoria de Infraestrutura rebateu informando que nos últimos quatro anos os projetos referentes aos prédios da UFSC foram encaminhados aos órgãos de fiscalização municipal.
(Roberta Kremer, DC, 20/03/2012)