Floripa já teve, sim (transporte marítimo)

Floripa já teve, sim (transporte marítimo)

Por Sérgio da Costa Ramos (DC, 11/12/2011)
Como boa terra do Já-Teve, Floripa já teve, sim, transporte coletivo marítimo, serviço essencial durante a era anterior à ponte Hercílio Luz. Época em que, pela sua natureza insular, a Ilha foi fortemente contestada em sua titularidade política de capital do Estado.
As lanchas e barcaças venciam a distância entre o Miramar e o Trapiche da Florestal em 12 minutos, desde que o mar estivesse calmo. Nas primeiras, só os “humanos” viajavam. Já nas balsas, não era incomum a convivência de gado e gente. Havia, também, um terminal na Ponta do Leal. Do Estreito para a Ilha, em dias de vento sul, a navegação se baldeava para a baía norte, ao abrigo do vento sul do poeta Cruz e Sousa.
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As administrações, da cidade e do Estado, mantém a tradição de fechar os olhos à raiz dos problemas de mobilidade urbana e de infra-estrutura. É como se esperassem pelo milagre do manto de cristo – que, da infância, à idade adulta, crescia junto com o corpo do Nazareno. Não haverá viaduto ou “alívio” coadjuvante que resolva o nó górdio produzido no “pescoço” da cidade, com os fluxos congelados nos acessos da 282 e da 101. Duplicação do acesso de uma e o anel rodoviário da outra, deveriam ter começado há 10 anos.
Só transferir culpas, não resolve nada.