Construção de quarta ponte é criticada durante Fórum de Mobilidade

Construção de quarta ponte é criticada durante Fórum de Mobilidade

A construção de uma quarta ponte ligando o continente à Ilha de Santa Catarina foi criticada pelos participantes do debate realizado durante o I Fórum de Indicadores de Mobilidade Urbana, nesta terça-feira (22), no Auditório Antonieta de Barros, na Assembleia Legislativa. Participaram da discussão os professores Ricardo Abramovay (FEA/USP) e Elson Manoel Pereira (UFSC), o deputado Valmir Comin (PP), que é presidente da Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da Assembleia, e o representante do Movimento Nacional de Educação no Trânsito (Monatran), José Roberto de Souza Dias.
O professor Pereira afirmou que a questão da mobilidade está relacionada a quatro aspectos: as modalidades de transporte usadas, o sistema viário, o uso e a ocupação do solo e o custo. Ele acredita que os problemas de mobilidade só serão resolvidos quando houver conhecimento amplo da realidade local. “Não adianta buscar um modelo de outra cidade e implantar aqui. Temos que elaborar um sistema que reflita os nossos problemas”, considerou.
O representante do Monatran declarou que o poder público pensa em soluções para a mobilidade que favorecem o transporte individual e criticou a construção da quarta ponte. “Com esse mesmo recurso, seria possível implantar um sistema de monotrilho que liga o continente ao campus da UFSC ou outras opções”, disse Dias. Ele também questionou o fato de não existir um sistema de transporte marítimo. “A pesquisa mostrou que a população quer o transporte público. Sugiro que seja feito um plebiscito para se tratar desse tema”.
O deputado Valmir Comin defendeu a recuperação da ponte Hercílio Luz, não apenas como símbolo de Santa Catarina, mas como opção para resolver os problemas de mobilidade na Grande Florianópolis. O parlamentar citou como exemplo o projeto desenvolvido entre os três estados da Região Sul para a criação de um sistema multimodal. “Creio que isso também pode ser feito pelos municípios da Grande Florianópolis, que deveriam trabalhar de forma integrada para melhorar a mobilidade da região”, afirmou.
O professor Ricardo Abramovay defendeu que o poder público imponha limites na circulação de veículos nos espaços públicos. “É preciso que todos entendam que as cidades são das pessoas, não dos carros”.
(Portal ALESC, 22/11/2011)
Mobilidade
Por Carlos Damião (ND, 23/11/2011)
“Temos que fazer nossa parte também, a maioria que diz querer ônibus não larga o carro pra nada”. Do Twitter @Floripa_Mobi, que discute soluções para a mobilidade urbana em Florianópolis.