28 out Primeiro Encontro Internacional Lixo Zero Jovem
Florianópolis foi escolhida para sediar o Primeiro Encontro Internacional Lixo Zero Jovem, entre 27 e 29 de outubro. Isso porque o único Instituto Lixo Zero do Brasil se encontra aqui. O evento está acontecendo no Sesc Cacupé , com uma estimativa de público de 200 pessoas de vários países, entre eles Filipinas, Suécia, EUA, Espanha, Haiti, Colômbia e Argentina, todos representantes da Zero Waste International Alliance (ZWIA).
Na programação estão incluídos presentar projetos e soluções já pensadas e aplicadas nos países, uma troca de experiências entre as delegações dos países participantes e entre as diferentes culturas. No final dos três dias, a comissão organizadora do evento prevê a elaboração de uma carta para Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio + 20), que acontecerá no Rio de Janeiro entre os dias quatro e seis junho do ano que vem.
A pouca participação de jovens em conferências internacionais sobre o conceito lixo zero gerou a ideia de realizar um encontro internacional voltado para esse público. Este é o primeiro encontro sobre o tema específico de lixo zero. O segundo encontro já está confirmado e será em 2012 na Suécia.
Conceito Lixo Zero – O pensamento Lixo Zero é o não encaminhamento de resíduos para aterro ou incineração: máximo de reuso e reciclagem, com o consumo consciente de embalagens, construção de usinas de compostagem e descarte correto de lixo eletrônico, e não em lixo comum contaminando o meio ambiente. Gustavo Abdalla, presidente do Instituto Lixo Zero Brasil, diz que o “lixo zero não é feito de um dia para outro, de uma semana para outra ou de um ano para outro. São estabelecidas metas.” É o caso da Associação Catarinense de Supermercados (ACATS), que estipulou aos 512 supermercados filiados a ela que separem e destinem corretamente os resíduo produzidos até 2020. Hoje 48% das lojas já praticam totalmente a separação e descarte de resíduos, e 58% delas promovem iniciativas sustentáveis como estratégia de marketing, por exemplo o uso de sacolas retornáveis para substituir as de plástico.
Situação de Florianópolis – A média diária de produção da coleta seletiva, segundo a Companhia de Melhoramentos da Capital (Comcap ), é de 755 toneladas, com um crescimento de 7% no verão. A meta da empresa até 2015 é chegar a 2,4 mil toneladas. O Plano Municipal de Saneamento prevê esse prazo para redução em 20% dos resíduos encaminhados ao aterro sanitário de Biguaçu, para onde vai todo o lixo orgânico da capital: 11,6 mil toneladas por mês entre abril e novembro.A maior produção de resíduos sólidos em Florianópolis ocorre na região do Centro, principalmente no triângulo das avenidas Beira-Mar Norte, Gustavo Richard e Mauro Ramos, onde há a maior densidade demográfica da cidade, por conta do grande número de domicílios verticais.
Taxa do Lixo- Instituída pela prefeitura há mais de três décadas para incentivar menor produção de lixo pela população, a Taxa do Lixo arrecadou, em 2010, R$38 milhões. Para manter a coleta e destinar adequadamente os resíduos, a prefeitura gasta quase três vezes mais do que é arrecadado. A coleta seletiva é ainda mais cara do que a convencional mas a municipalidade tem investido e bancado sua expansão pelos ganhos ambientais e sociais que proporciona. Para atingir o objetivo de desviar cada vez maior quantidade do aterro sanitário de Biguaçu, a Comcap tem feito a compostagem no Centro de Transferência de Resíduos Sólidos (CTReS), localizado no Itacorubi. Em setembro, por exemplo, foram tratadas 129 toneladas de material úmido para produção de composto orgânico que serve para adubação.
(Por Jéssica Trombini, Cotidiano, 27/10/2011)