Conclusão da Beira-mar Continental depende de desapropriação de terreno

Conclusão da Beira-mar Continental depende de desapropriação de terreno

As desapropriações em um trecho de 1.000 metros abaixo da ponte Hercílio Luz, na rua Machado de Assis, continuam atrasando a conclusão da Beira-mar Continental em Florianópolis. A Prefeitura garante que os proprietários dos terrenos por onde deve passar a via já foram indenizados, mas, apesar da presença das máquinas, uma das famílias insiste em continuar no local.
Osmar Antônio Modesto da Cruz trabalha como reciclador e vigilante e vive há mais de sete anos no terreno localizado ao lado da obra da Beira-mar. Toda a família trabalha com recolhimento de recicláveis e utiliza uma antigo galpão, parcialmente demolido, para armazenar os materiais. “Em 2006, entrei na Justiça para conseguir a posse do terreno, que tem uma dona. O processo está na 1ª Vara da Fazenda e estamos aguardando a decisão. Enquanto isso, eles não podem nos tirar daqui”, destaca Cruz.
Na tarde de quarta-feira (5), Cruz registrou boletim de ocorrência contra a Pprefeitura por invasão de domicílio. Ele e mais seis pessoas, quatro crianças e três adultos, moram ao lado do galpão abandonado e esperam a indenização da prefeitura para sair. “Eles vêm com ameaças, até mesmo a Guarda Municipal veio aqui tentar tirar a gente”, conta. O secretário municipal de obras, Luiz Américo Medeiros, afirma que a proprietária do terreno já foi indenizada e que a área jurídica está avaliando maneiras de retirar os posseiros do local.
Diferente de Osmar, Luiz Fernando Vieira, comerciante, fez acordo com a prefeitura e recebeu a indenização pelo terreno que passa atrás de sua casa. Segundo ele, a negociação acontece há oito anos e, por isso, a família nunca construiu nada no local. “Fechamos o acordo há 15 dias. Uma empresa de guincho usava o terreno e já vai sair para as obras continuarem”, diz.
Entenda o caso
A obra da Beira-mar Continental iniciou em março de 2006, com prazo de execução de 36 meses prorrogados por mais nove meses, mas ficou parada de novembro de 2008 a 15 de fevereiro de 2009. O projeto completo abrange o aterro de uma área de 120 mil metros quadrados, a avenida de 2.250 metros de extensão, com início na ponte Governador Colombo Salles e fim na Ponta do Leal, no Balneário. O custo total é de R$ 43 milhões. Em novembro do ano passado, o Notícias do Dia publicou matéria informando que a obra seria entregue em março deste ano, na data de aniversário da cidade. Entretanto, as desapropriações impediram a entrega. A abertura para carros ainda não tem previsão para acontecer e, segundo Medeiros, a expectativa é que o restante da obra seja concluída em cinco meses.
(Emanuelle Gomes, ND, 05/10/2011)