08 set Polícia de Florianópolis realiza operação de guerra para reduzir criminalidade
A Agência de Inteligência da Polícia Militar divulgou, nesta quarta-feira (7), o resultado da Operação Hércules, realizada em conjunto com a Polícia Civil, durante seis horas ininterruptas, das 19h de terça-feira à 1h de ontem. Foi mobilizado um verdadeiro exército, com 10 viaturas, com 60 agentes do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), do Batalhão de Choque e do Canil da PM, reforçados por alguns civis. Apesar do forte aparato, foram detidos apenas dois suspeitos, um deles por consumo de crack e tentativa de assalto e outro por porte de arma.
Foram realizadas incursões na área Central da cidade – avenidas Hercílio Luz, Mauro Ramos e Beira-mar Norte e rua Conselheiro Mafra, locais vulneráveis e previamente mapeados. O planejamento da operação, no entanto, não incluiu áreas como a Vila Cachoeira e Sol Nascente (Saco Grande), Quilombo (Itacorubi), Tapera e Panaia (Sul da Ilha), Vila União, Travessão e Siri (Norte da Ilha), maciço do morro da Cruz (Centro), Vila Aparecida (Continente), consideradas de alta periculosidade.
No Centro da Capital, foi flagrado Gilmar Rodrigues dos Santos, 25 anos, suspeito de tentativa de furto. Ele nega. “O dono do veículo quebrou a chave e pediu para eu ficar aqui dentro enquanto ele foi ao chaveiro. Sou guardador de carro, não sou ladrão”, alegou, ontem de manhã, já na carceragem do Cadeião do Estreito, para onde foi levado após ser autuado em flagrante.
Santos está dividindo uma cela com Richard da Silva Ferreira, 18 anos, capturado na mesma noite. Ferreira foi preso nas imediações do Monte Cristo, após disparar vários tiros numa viatura do Bope. Em poder do suspeito os policiais apreenderam uma pistola semiautomática 7.65mm.
Intenção é dar visibilidade
Durante seis horas de policiamento ostensivo e repressivo pela área central da Capital, os agentes vistoriaram 15 veículos e abordaram 64 pessoas, além da detenção de outras duas. Segundo o comandante do 4º BPM, tenente-coronel Araújo Gomes, que também participou das incursões policiais, a operação Hércules é resposta aos recentes casos de roubos, sequestros e outros crimes na cidade. “Nosso objetivo é mostrar que estamos na rua e, sobretudo, capturar criminosos. O trabalho será repetido outras vezes”, avisa.
(Por Colombo de Souza, ND, 08/09/2011)
Integração e mais polícia nas ruas
Com ação que começou pelo Centro da Capital, governo pretende mostrar a “força conjunta” de agentes da PM e da Civil
O estudante de 20 anos ainda estava sob a ameaça de um ladrão que acabara de entrar em seu carro, na Rua Nunes Machado, no Centro da Capital. O que ele não imaginava era ver dezenas de policiais se aproximarem e prenderem o criminoso em flagrante.
A cena, às 21h30min de ontem, contrasta com a realidade que vem assustando os moradores de Florianópolis: a livre ação de criminosos e a sensação de falta de policiamento nas ruas da cidade, principalmente à noite. Pois a rápida ação policial surpreendeu até mesmo a vítima, pela pronta resposta no atendimento.
Se outras situações como esta irão acontecer, só o tempo dirá. Desde as 20h30min da chuvosa véspera de feriado, está em andamento a Operação Hércules. A mobilização de integração das polícias Civil e Militar promete coibir, nos próximos dias, o avanço de crimes como assaltos e furtos em áreas como o Centro, Continente e Norte da Ilha.
Na primeira noite atuaram cerca de 60 policiais e pelo menos 10 viaturas. Da Polícia Militar foram convocadas equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), Choque e Canil. Da Polícia Civil havia integrantes da Central de Operações Policiais (COP) e Saer (Serviço Aerotático).
Na apresentação da operação aos policiais e à imprensa, à noite, no Centro de Ensino da PM, o diretor de Inteligência da Polícia Civil, delegado Alexandre Kale, disse que a Operação Hércules pretende mostrar a força conjunta das polícias. Nas últimas semanas, houve desentendimentos na Capital que colocaram as polícias Civil e Militar em lados opostos na Capital.
A maioria dos policiais presentes no auditório eram PMs. Embora a cúpula garanta que haverá integração, não havia equipes da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) nem de delegacias de bairros ou da Delegacia de Homicídios, que costumam atuar na linha de frente contra a criminalidade na Grande Florianópolis.
O delegado afirmou que essas equipes não estavam presentes porque estão sobrecarregadas de trabalho, mas que na sequência da operação também farão parte do grupo – a quantidade de servidores que está participando não foi divulgada.
– Não interessa quantas pessoas vão ser presas. É importante dar o recado de que a presença dos policiais nas ruas vai coibir a criminalidade – pensa Kale.
Ação também em áreas nobres
A PM informou que áreas nobres também serão alvo de atuação dos policiais, mas que tradicionais pontos de bocas de fumo em morros e áreas do Continente serão constantemente vigiadas.
As primeiras abordagens foram na Rua Conselheiro Mafra, onde casqueiros (usuários de crack) costumam consumir a droga, e na Avenida Hercílio Luz. O preso que assaltou o estudante foi autuado em flagrante por roubo na Central de Polícia. Gilmar Rodrigues dos Santos negou o crime e disse que apenas iria cuidar o carro da vítima.
– Vamos aumentar o patrulhamento à noite abordando carros, motos e pessoas suspeitas, e também com ações a pé em áreas nobres. Seremos enérgicos, mas respeitando o cidadão – declarou o tenente-coronel Marcelo Cardoso, comandante do Bope.
(Por Diogo Vargas, DC, 08/09/2011)