Transporte e mobilidade

Transporte e mobilidade

Os problemas da falta de mobilidade no trânsito que já ultrapassaram o limite suportável em Florianópolis e região e da inadequação e precariedade do sistema de transporte coletivo relacionam-se diretamente. Ambos situam-se entre principais fatores que deterioram a qualidade de vida da população. Hoje, um cidadão que depende de transporte público chega a gastar três ou mais horas por dia deslocando-se entre a casa e o trabalho. Não poucos gastam mais com transporte do que com alimentação. Finalmente, a prefeitura de Florianópolis movimenta-se, se não para solucionar de vez o problema, ao menos para amenizá-lo. E desta vez com a proposta de um sistema de transporte público que funciona com êxito há mais de 30 anos em Curitiba, e adotado em outras 160 grandes cidades de 23 países.

Lançado pela prefeitura da Capital quinta-feira, o Projeto Via Rápida prevê a implantação do sistema BRT (Trânsito Rápido de Ônibus), que utiliza coletivos articulados e com capacidade para transportar até 200 passageiros, trafegando em faixas exclusivas e utilizando estações de pré-embarque, aumentando a frequência das linhas e a velocidade dos deslocamentos. Por óbvio que a opção primeira pelo BRT não exclui outros sistemas alternativos que podem funcionar em paralelo. A municipalidade promete lançar, em 60 dias, o edital para o estudo de viabilidade econômica e ambiental do sistema, que funcionaria em 2013. Promessa que será cobrada.

Inadmissível que rivalidades e picuinhas políticas, que já se esboçam, entre autoridades municipais e estaduais venham a atrapalhar e empurrar para as “calendas gregas” um projeto que já deu certo em outras cidades. Que se entendam e cada um faça sua parte, e trabalhe a favor da população e não de seus egos e projetos políticos. A opinião pública também ficará atenta em relação a esta ridícula e daninha feira de vaidades.

(Editorial, DC, 02/07/2011)