Prefeitura de Florianópolis apresenta proposta de ônibus rápido

Prefeitura de Florianópolis apresenta proposta de ônibus rápido

Estão projetados três eixos integrados ao sistema de transporte coletivo atual
O projeto Via Rápida – versão local para o conceito de BRT (Bus Rapid Transit) – para Florianópolis será lançado hoje. A proposta da prefeitura é a criação de três novos eixos e que o novo sistema seja mesclado ao atual transporte coletivo, mas com diminuição do fluxo de ônibus na região central da cidade. O modelo, criado em Curitiba, no Paraná, já é adotado em 130 países.
Segundo o vice-prefeito e secretário de Transportes, João Batista Nunes, a intenção é que o projeto-base esteja concluído em seis meses a partir da contratação de uma empresa responsável pelo estudo. “A partir do momento em que o prefeito nos autorizar [o que ocorrerá hoje], vamos iniciar o processo”, adianta.
Todo o projeto de Via Rápida será interligado ao sistema de transporte coletivo, cuja licitação para novos períodos de concessão deve ser publicada no próximo ano. Pela proposta preliminar, serão criados três eixos de BRT, interligando o Centro com o Continente, o Aeroporto Hercílio Luz e a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina).
Os traçados ainda não estão definidos, o que deve ser feito no detalhamento do projeto-base a partir da contratação de uma empresa especificamente para esta finalidade. Os itinerários serão cumpridos por veículos articulados, cuja capacidade de transporte é o dobro em relação aos ônibus convencionais.
Com isto, as linhas que seguem para estes destinos podem ser revistas. “É provável que o Terminal de Integração da Trindade, por exemplo, seja repensado, em função do eixo com a universidade”, aponta Nunes.
O uso do terminal do Centro também deve ser revisto, já que deixará de receber algumas linhas e precisará ser adequado às linhas da Via Rápida e, inclusive, ser o terminal de partida para os três eixos do BRT.
Com a implantação dos ônibus-rápido, uma pista central da avenida Beira-Mar Norte deve ser reservada para a circulação dos veículos no eixo Centro-UFSC. Nas outras duas ligações, a possibilidade mais viável seria a implantação de rotas circulares.
Com a elaboração do projeto-base, o passo inicial está dado, mas o secretário reconhece que a implantação do novo sistema ainda deve demorar. “Este é um processo complexo em que não podemos errar, por isso tenho consciência que as obras devem começar apenas durante o mandato do novo prefeito”, esclarece.
Por onde passariam os ônibus do Via Rápida
Centro-Continente: Uma pista lateral em cada sentido, que já são preferenciais para ônibus, seriam utilizadas pelos ônibus articulados. Traçado a partir da ponte não está definido.
Centro-UFSC: Partindo do Ticen e passando pela Beira-Mar Norte, seguiria pela avenida Henrique da Silva Fontes, contornando o Hospital Universitário e retornando pelo mesmo trajeto.
Centro-Aeroporto: seguindo pela Via Expressa Sul, passaria pela avenida Diomício Freitas e retornando até o acesso a SC-405 e direção ao trevo do Campeche, de onde retornaria pela Via Expressa Sul.
(Por Danilo Duarte, ND, 01/07/2011)
Prefeitura aposta na Via Rápida
Proposta inspirada no modelo implantado em Curitiba foi apresentada ontem, na Capital. Estado reclama que não foi consultado
Embarcar em um ônibus moderno, no Centro de Florianópolis – ou em pontos espalhados pela Beira-Mar Norte –, trafegar por faixas exclusivas e descer na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Isso poderá ser realidade em 2013, desde que a ideia da prefeitura, apresentada ontem, saia do papel.
Oprojeto Via Rápida prevê a implementação do BRT (Trânsito Rápido de Ônibus), sistema lançado em Curitiba em 1979. Do Centro, as linhas partiriam para o Continente, UFSC e Aeroporto Hercílio Luz.
A prefeitura planeja lançar um edital em 60 dias para fazer um estudo de viabilidade econômica e ambiental de todo o sistema. Mas o projeto de engenharia será feito em apenas um trecho: Centro-UFSC.
– Não podemos pensar nos outros trechos porque há muitas coisas em discussão, como a quarta ligação entre a ilha e continente, o uso da Ponte Hercílio Luz e a ampliação do aeroporto – disse o vice-prefeito e secretário de transportes da Capital, João Batista Nunes, idealizador da ideia.
Defensor do BRT, o professor Werner Kraus Junior, do Departamento de Automação e Sistemas da UFSC e especialista em sistemas Inteligentes de Transportes (SIT), vê alguns aspectos positivos no lançamento do projeto:
– A prefeitura debate o BRT e assume que o sistema atual está ruim.
Durante o evento, foi apresentado um ônibus que pode ser usado no sistema BRT. Na semana que vem, ele fará três trajetos para demonstração, partindo de lugares diferentes, sempre às 9h30min. Ontem, o ônibus parou por minutos no Centro da cidade.
O lançamento do Via Rápida da Capital pode ser mais um capítulo na falta de integração entre os projetos de mobilidade urbana da região. Isso porque o governo do Estado está estudando a implementação de um transporte público de massa na Grande Florianópolis, com trajetos semelhantes aos apresentados pela prefeitura ontem.
Secretário estadual teme “sobreposição de projetos”
No dia 23 de maio, o DC mostrou a posição de especialistas que contestaram a falta de integração entre os projetos. Ontem, foi a vez do secretário da Secretaria de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis, Renato Hinnig, responsável pelo estudo de implementação do metrô de superfície, mostrar uma certa insatisfação com o projeto da prefeitura:
– Acho estranho essa sobreposição de projetos. Se a prefeitura está disposta a assumir esta parte do trajeto, ótimo. Mas temos que pensar como será feita a integração entre os municípios da área. Porque, senão, estaremos criando um outro problema.
Em maio, a secretaria assinou um contrato com a Prosul, no valor de R$ 6,44 milhões, para estudar a viabilidade da implementação de um transporte de massa para a Grande Florianópolis, que poderia ser feito por metrô ou BRT. O projeto prevê cinco linhas: em três delas, os trajetos são semelhantes ao apresentado pela prefeitura ontem.
– Um estudo não descarta o outro. E Florianópolis já se decidiu: quer o BRT – definiu o vice-prefeito João Batista Nunes.
(Por Mauricio Frighetto, DC, 01/07/2011)
Prefeitura lança o Projeto Via Rápida – BRT
Prefeito Dário Berger assinou a autorização para que a Prefeitura lance o edital do estudo de viabilidade e projeto básico.
Na manhã desta quinta-feira, Florianópolis deu mais um grande passo para resolver questões ligadas à mobilidade urbana a partir da melhoria do transporte público municipal: o lançamento do Projeto Via Rápida – Florianópolis a caminho do BRT.
O BRT (Bus Rapid Transit) ou Trânsito Rápido de Ônibus, é um sistema reconhecido mundialmente por oferecer maior rapidez, facilidade de acesso e segurança a custos de implantação bem mais baixos que as modalidades de transporte sobre trilhos.
Criado em Curitiba, e provado em cidades como Bogotá, Medelín , Paris, Montreal e Los Angeles, o modelo BRT prevê veículos articulados ou biarticulados que trafegam em vias específicas. Os embarques e desembarques são feitos em miniestações, construídas no mesmo nível dos coletivos, e a cobrança de tarifa ocorre antes de o passageiro entrar no ônibus – o que agiliza o tempo de parada dos veículos.
No pacote de vantagens apresentadas pelo modelo, merecem destaque, ainda, a maior capacidade e conforto dos veículos, a integração com os demais modais de transporte e, por isso mesmo, o aumento da atratividade do sistema para os usuários de veículos particulares.
Durante o evento realizado esta manhã, o prefeito Dário Berger assinou a autorização para que a Prefeitura lance o edital do estudo de viabilidade e projeto básico de engenharia – o que deve ocorrer, na estimativa do vice-prefeito João Batista Nunes, dentro de 60 dias.
O vice-prefeito e secretário de transportes da capital, João Batista Nunes, explicou também que, após a licitação do projeto básico, o passo seguinte é a busca de recursos para o projeto. Em seguida, deve ser lançado o edital de licitação para a obra da primeira linha.
O Projeto Via Rápida – Florianópolis a caminho do BRT prevê a implantação gradual de três vias:
Via Rápida Centro-Universidade
Via Rápida Centro-Continente
Via Rápida Centro-Aeroporto
Segundo Nunes, a meta da Prefeitura é apresentar o projeto para a primeira Via Rápida, Centro-Universidade, que vai do TICEN até a Trindade/Universidade, dentro de um período de seis a oito meses. João Batista observou, também, que, a partir de agora, a idéia é promover uma ampla discussão com a sociedade para debater este novo conceito em transporte.
(PMF, 01/07/2011)
Propostas para o transporte coletivo
Da coluna de Carlos Damião (ND, 01/07/2011)
Ampliam-se as discussões sobre a mobilidade, com iniciativas da Assembleia Legislativa e da prefeitura da Capital
Mais uma audiência sobre mobilidade, realizada na Assembleia Legislativa, serviu à discussão de pontos considerados cruciais para a solução das questões urbanas que afetam a Grande Florianópolis. A deputada Angela Albino (PCdoB) alertou para a necessidade de mudanças no atual sistema de concessão do sistema de transporte.
Para a parlamentar, o regime de concessão está na origem da maior parte dos problemas do transporte coletivo. “Resumidamente, ele joga um direito social nas garras do mercado, retirando a responsabilidade política do Estado na efetivação de direitos e garantias fundamentais”, afirmou.
Idade da luz
Se o sistema BRT (Bus Rapid Transit) for mesmo implantado em Florianópolis como pretende a prefeitura, é possível que deixemos a idade das trevas da mobilidade urbana para ingressarmos na idade da luz. Resta saber se os acomodados motoristas vão mesmo deixar seus veículos nas garagens para se locomover num moderno sistema de transporte coletivo. Tomara que sim.
Outro lado
Mas há sempre alguém que não concorde (ou critique) as iniciativas da prefeitura para resolver nosso drama da mobilidade. Vejam só o que diz o leitor Leonardo Schmidt: “Depois do sistema integrado, nada de prático foi feito além de seminários e factóides, como a desativação de terminais, os patéticos corredores exclusivos, o tragicômico fechamento da avenida Paulo Fontes, o sonho do metrô de superfície, e sei mais o quê, tudo só para ser notícia!”.