07 jul Penitenciária é a obra mais indesejada de Palhoça
População da região sul se une em manifestos contra a edificação próxima ao litoral do município
Moradores da Pinheira, em Palhoça realizaram no início da tarde desta terça- feira, 7, o primeiro protesto contra a construção do complexo penitenciário a ser construído no km 242 da BR 101. Alem da segurança os habitantes estão preocupados com as perdas para o turismo e setor imobiliário da região. A obra a ser edificada próximo ao viaduto de acesso às praias da Pinheira, Sonho e Ponta do Papagaio trará, na visão da população local, prejuízos incalculáveis para a região desassistida pelo poder público.
À frente do protesto o morador Sérgio Rocha lamenta a escolha do local, realizada pela secretária de Justiça e Cidadania Ada de Luca. “Certamente sofreremos queda no valor dos imóveis. Não há como calcular os prejuízos para o turismo da região”, ressalta preocupado com a imagem negativa atrelada a implantação de um complexo prisional tão próximo das praias. Rocha enfatiza que se houver segurança máxima o problema não será tão grave, no entanto, acredita que a contração de presídios menores seria uma solução melhor.
A opinião do empresário do setor imobiliário Messias Fuentes se assemelha a de Rocha. Messias pensa que os detentos deveriam cumprir pena em seu próprio município, para servir de exemplo para a comunidade local. “Se for mesmo de segurança pode ser do lado da minha casa. Mas, o risco e a tensão certamente afastarão muitos investidores daqui”, lamenta, lembrando que as fugas na Capital, tiram o sossego dos moradores, mesmo sendo há mais de 50 km de distância. “Exames reativando o Conseg (Conselho de Segurança) da Pinheira a pedido do comandante da Polícia Militar de Palhoça” adianta. O empresário lembra que a população fixa das dez comunidades que compõem a Baixada do Maciambu é de 12 mil pessoas. Número que chega aos 80 mil na alta temporada.
Um novo movimento será meta dos que defendem a emancipação da região sul
O líder do movimento pró- emancipação da Baixada do Maciambu Flávio Martins lamenta que Florianópolis se livre de um problema criando outro para a comunidade. “Acredito que o governador esteja equivocado”, declara sobre a notícia que segundo Martins assustou toda a população da região sul. Flávio lamenta ainda que há mais de 30 anos os pedidos por rede de água e esgoto tenham sido negados, ou ignorados. “Como é que uma obra de R$ 11 milhoes pode ser construída em apenas 11 meses? Estão priorizando os apenados em detrimento das famílias que habitam esta região”, critica. Martins alerta que pedirá uma audiência pública e que a população não sossegará enquanto não ter seus anseios respondidos.
(Por Alessandra Oliveira, ND, 07/07/2011)