05 jul Ônibus sem passageiros
Em fase de estudos, veículo do sistema Via Rápida circula por terminais e ruas de Florianópolis
Enquanto a implantação do sistema BRT (da sigla em inglês Trânsito Rápido de Ônibus) em Florianópolis não sai do papel, o ônibus do projeto Via Rápida circula vazio pela cidade apenas para demonstração. Desde sexta-feira, o veículo testa as vias e terminais da Capital.
Como o ônibus não tem autorização para circular com passageiros, só foi possível entrar para conhecer a estrutura interna. Em quatro dias de testes, o secretário de Transportes, João Batista Nunes, garante que não haverá problemas para circular pela cidade.
Ele pretende apresentar o projeto nas empresas de transporte coletivo que atuam na Grande Florianópolis e negociar a troca dos ônibus atuais pelo modelo BRT, antes mesmo da implantação do sistema. O ônibus circularia nas mesmas vias que os outros veículos, sem os corredores exclusivos. A vantagem de implantar já o modelo, seria a agilidade para entrar e sair do veículo, que não tem catraca, defende o secretário:
– A cobrança é feita na saída do passageiro e o ganho no tempo de transporte é de 15 minutos.
No projeto original, o BRT seria implantado em três linhas que partiriam do Centro para o Continente, UFSC e Aeroporto Hercílio Luz. No entanto, o estudo de viabilidade econômica e ambiental do sistema da Via Rápida será feito em apenas um: Centro-UFSC. O edital para contratação da empresa que fará o projeto de engenharia deve ser lançado em 60 dias. O projeto vai apontar as alterações necessárias para a circulação dos ônibus, como adaptação de semáforos, entrada e saída dos terminais e das paradas e ônibus.
– Nesse projeto não nos cabe mais errar, por isso não há pressa. Nossa perspectiva é implantá-lo em 2012 – afirma Nunes.
Novidade despertou a curiosidade ontem
A demonstração do BRT, ontem, no Terminal de Canasvieiras, despertou curiosidade. Neuri Rocha de Lima, de nove anos, foi atraído pelo espaço para bicicletas:
– Nos outros ônibus não dá para levar esse tipo de coisa.
A mãe dele, Isaura Vieira da Rocha Lima, aprovou os assentos “mais confortáveis” e espera que os veículos estejam disponíveis em breve.
Mas, pelo menos nos próximos dois anos, o BRT vai continuar apenas no imaginário de quem anda de ônibus em Florianópolis.
(Por Edinara Kley, DC, 05/07/2011)
Depende de muitas adaptações
O representante da Neo Bus, empresa responsável pela demonstração do ônibus articulado em Florianópolis, Rodrigo Bittencourt, destaca que o BRT é projetado para circular em pistas exclusivas, o que não existe ainda na cidade. Ele confirma a possibilidade de colocá-lo em operação na mesma rota de outros veículos, mas adverte que isso implicaria em fazer adaptações no veículo e nos locais onde estacionaria.
Seria preciso, por exemplo, ajustar as portas do ônibus, projetadas para descida de passageiros dos dois lados. Na Capital, a entrada e a saída são feitas apenas pelo lado direito.
O BRT também é mais alto que os ônibus comuns, sendo necessário adaptar os degraus do ônibus, ou elevar o piso do local onde estaciona, para facilitar o acesso de passageiros.
O veículo apresentado tem capacidade para transportar 150 passageiros, 96 sentados. Há local para cadeirantes e para bicicletas.
O custo da implantação do sistema ainda não foi estimado pela prefeitura. A busca de recursos para sua execução deve acontecer depois da publicação do edital de licitação para a obra da primeira linha do BRT, de acordo com o secretário de Transportes João Batista Nunes.
(DC, 05/07/2011)