12 maio Metrô de superfície pode estar mais perto dos catarinenses
Foi assinado ontem um convênio entre o Governo Estadual e a empresa Prosul para a concretização de um estudo de viabilidade do metrô
Catarinenses moradores da região da Grande Florianópolis vão começar a ouvir falar muito nas siglas BRT – Bus Rapid Transit ou Ônibus de Trânsito Rápido – e VLT – Veículo Leve sobre Trilhos. Essas duas formas de transporte fazem parte de um estudo que pretende viabilizar a instalação de um metrô de superfície que interligará as cidades com maior potencial de fluxo de passageiros na região. Para dar corpo ao projeto, a SDR (Secretaria de Desenvolvimento Regional) da Grande Florianópolis assinou ontem um convênio orçado em R$ 6 milhões com a empresa Prosul, vencedora do processo licitatório. O estudo deve ser entregue em um ano.
A princípio, estão projetadas a execução de cinco linhas: Palhoça-Campinas; Campinas-Estreito; Estreito-Centro; Centro-UFSC-UDESC; Centro-Aeroporto Hercílio Luz. No total, esse pré-projeto percorreria pouco mais de 40 km. Entretanto, o vice-presidente da Prosul, Rodrigo Brillingir, explica que ainda não há como garantir que estas serão as linhas farão parte do projeto final. “Teremos que avaliar quais os locais que poderão receber o transporte metroviário, além disso, realizaremos estudos em outras cidades, para averiguar a necessidade do metrô de superfície nesses municípios menores”, destaca.
Um dos pontos que mais chama atenção dentro do projeto é a possível utilização da Ponte Hercílio Luz para a ligação do bairro Estreito com o centro da capital. “É uma probabilidade, mas o estudo é necessário para avaliar se a estrutura suporta o meio de transporte”, explica Brillingir. Se for constatado que a ponte Hercílio Luz não sustenta a instalação do metrô, será projetado um novo elo continente/ilha.
Até 415 passageiros
Dependendo da necessidade, poderão ser instalados os modelos de transportes coletivos, BRT – Bus Rapid Transit ou Ônibus de Trânsito Rápido – e VLT – Veículo Leve sobre Trilhos, sendo o BRT – modelo utilizado com sucesso na capital paranaense – maior do que o VLT. “Por exemplo, em uma rua mais estreita, o VLT é necessário por ser menor”, exemplifica o vice-presidente da Prosul, Rodrigo Brillingir. O metrô com 30 metros de comprimento tem capacidade de até 300 passageiros, e o de 40 metros pode levar 415 ocupantes. “Hoje nossos ônibus tem 15 metros e uma capacidade de 40 passageiros”, compara o vice-presidente.
Em um ano, quando o estudo terminar, fica a critério do Governo Estadual o início da execução do novo sistema de transporte. A empresa contratada não soube informar quanto que a instalação do sistema metroviário custaria aos cofres públicos. “Provavelmente será feito em etapas”, conclui Brillingir.
Inspiração européia
A inspiração para a elaboração do metrô de superfície vem de longe. Países europeus como Alemanha, Bélgica, Espanha, Holanda e França utilizam o sistema de transporte com sucesso. “Projetaremos grandes terminais onde a população poderá efetuar pagamentos e fazer outras atividades básicas do cotidiano”, elucida o vice-presidente. A intenção é aproveitar o espaço de grandes avenidas ou rodovias, como a Via Expressa Sul, para instalar os equipamentos em uma das vias, deixando uma delas apta para o tráfego de carros, privilegiando também pedestres e ciclistas com faixas exclusivas.
“Na Europa, por exemplo, as pessoas podem ir até o terminar a pé, bicicleta ou até de carro, estacionar seus veículos no terminal, e completar sua viagem com o metrô”, visualiza. A boa qualidade dos equipamentos urbanos projetados é uma das estratégias utilizadas pelo estudo para convencer a população a deixar o carro na garagem e optar pelo metrô. “Não há atrasos, um metrô marcado para sair às 14h02, não sairá um minuto mais tarde ou mais cedo”, enfatiza.
Números preocupantes
O presidente do Deinfra – Departamento Estadual de Infraestrutura – o engenheiro Paulo Roberto Meller, enfatiza que as duas pontes – Colombo Sales e Pedro Ivo Campos – foram projetadas para receber diariamente 80 mil veículos. “A nossa realidade é de 178 mil carros por dia”, esclarece Meller. Segundo o presidente, a situação caótica que vive a Grande Florianópolis só perde para dois trechos da capital paulista.
“Essa não é uma solução para o trânsito, mas com certeza, pode ser considerada uma etapa para a busca de uma saída que tende a desafogar, e muito, nosso sistema viário”, elogia o Secretário de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis, Renato Hinning.
Saiba mais
Custo do estudo: R$ 6.44 milhões
Custo da execução: não foi revelada
Linhas projetadas: 5 – Palhoça-Campinas; Campinas-Estreito; Estreito-Centro; Centro-UFSC-UDESC; Centro-Aeroporto Hercílio Luz.
Quilometragem alcançada: 40 quilômetros
Capacidade de passageiros: 300 a 415
(Por Saraga Schiestl, ND, 12/05/2011)