24 maio Lavar recicláveis antes de jogar no lixo não é desperdício
A maior parte das embalagens que usamos em casa, como uma garrafa de suco ou uma lata de creme de leite, acumula restos orgânicos. Essas sobras precisam ser retiradas antes do descarte. É importante que as embalagens estejam, inclusive, para evitar mau cheiro e proliferação de insetos. Mas aí você pode questionar que, para lavar essas embalagens, há gasto de água – e, portanto, desperdício. Alguns argumentos mostram que não é bem assim.
A vazão de uma torneira é de aproximadamente 9 litros por minuto. Isso quer dizer que, se você ficar 2 minutos com a torneira aberta lavando os recicláveis, poderá gastar cerca de 20 litros. É bastante? Sim. Se você bebe 2 litros de água por dia, por exemplo, essa é a quantidade consumida ao longo de quase dez dias. Porém, a lógica se inverte se você decidir que economiza água se tascá-la no lixo comum. Por quê?
Primeiro: ela vai ocupar um espaço que já está no limite. No Brasil, espaços destinados a aterros pedem socorro. Segundo a última Pesquisa Nacional de Saneamento Básico do IBGE, 50,8% dos municípios brasileiros destinam seus resíduos de forma incorreta em lixões – que devem deixar de existir no Brasil até 2015, de acordo com a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS). A mudança desse quadro de esgotamento dos locais que recebem o lixo é estrutural e urgente, mas parte da solução também está na forma como consumimos. Quanto menos lixos nesses lugares, melhor.
Segundo: A água é um recurso natural consumido em todas as etapas da cadeia de produção de embalagens, que incluí extração de matéria-prima, desenvolvimento do produto fabricação, transporte, distribuição, compra e uso pelo consumidor final. Por isso, a quantidade de água gasta para lavar a embalagem e descartá-la corretamente é bem menor do que a utilizada no seu processo de fabricação.
Terceiro: para cada embalagem que não é reciclada nem reutilizada, outra nova entra no mercado. Lançar no lixo comum objetos que podem ser reciclados é colocá-los na natureza sem direito a uma segunda chance de uso. Pior ainda quando sabemos que artigos como latas de alumínio demoram até 500 anos para se decompor e sacos e copos plásticos até 450 anos. Tempo demais.
E você? Como faz com o seu lixo reciclável?
(Por Lydia Cintra, Superinteressante, 11/03/2011)
A GEMEA – Gerência Nacional de Meio Ambiente
A limpeza das embalagens destinadas para reciclagem não é bem uma “lavagem”, mas um “passar uma água” para retirar o excesso de alimento que realmente se transforma em vetor de doenças. Tanto para quem vai manusear o material (o/a catador/a), quanto para jogar fora mesmo (no aterro). Passar uma água, portanto, é somente uma questão de higiene e saúde pública.
Nenhuma empresa de reciclagem vai encaminhar o material que recebe sem passar por um processo de lavagem na própria empresa. Quando o material chega e está sujo a empresa tem que incorporar no processo de reciclagem elementos químicos que servem de catalisadores para a limpeza dos resíduos orgânicos que ainda persistem em “grudar” no material reciclável, seja ele vidro, metal ou plástico.
Assim vejamos:
• Resíduos Lavados:
Higiene e saúde;
Pequeno gasto com água;
Diminui a quantidade de produtos químicos para limpeza do material a ser reciclado nas indústrias;
No caso de destinação aos aterros não se transformam em vetores de doenças;
Não gera mau cheiro quando dentro das residências, contêineres e caminhões de coleta.
• Resíduos Sujos:
Transformam-se em vetores de doenças pela putrefação dos resíduos orgânicos em seu interior;
Falta de higiene;
Economiza água;
Geram muito mau cheiro dentro de residências, contêineres e caminhões de coleta.
Assim, apesar de haver um pequeno gasto de água, o processo beneficia toda a cadeia.