23 maio Campeche prepara-se para lutar por Plano Diretor de Florianópolis
Presidente da associação de moradores diz que brigará na Justiça se propostas do bairro não forem respeitadas
O Núcleo Distrital do Campeche realizou neste sábado (21) o 1° Seminário sobre o PDP (Plano Diretor Participativo), que está sendo elaborado pela Prefeitura de Florianópolis desde 2006 e vai mudar as regras de ocupação da cidade, colocando limites para a quantidade de andares de edificações e prevendo construções de vias, entre outros. O intuito do encontro foi informar a população sobre as propostas feitas ao PDP. “O pessoal precisa estar preparado para o que pode vir por aí”, explica o Presidente da Associação de Moradores do Campeche, Ataíde Silva.
“O que pode vir por aí” é o conteúdo da nova versão do PDP, que deve ser apresentada pela Prefeitura em julho. “Sabemos que não seguirá nossas sugestões. Se isso acontecer, vamos lutar na Justiça”, afirma Silva. Entre os pedidos da comunidade estão a instalação de 18 estações de tratamento de esgoto para atender 36 mil pessoas; a não verticalização, sendo permitida, pelo menos perto da praia, a construção de edifícios com até dois andares; e a colocação de ciclovias e um metrô de superfície.
Em março de 2010, um protesto impediu a apresentação do PDP em uma audiência pública no TAC (Teatro Álvaro de Carvalho). Os manifestantes estavam indignados por não ver suas propostas incluídas no documento. Vaias e faixas com dizeres como “O povo pediu, mas não levou” mostraram a insatisfação de moradores de vários bairros.
O secretário municipal de Educação, Rodolfo Pinto da Luz, que está coordenando o PDP, acredita que, desta vez, será diferente. “Sempre haverá discordância, pois cada parte da sociedade quer uma coisa. Se alguém achar que o plano não está adequado, poderá apresentar novas sugestões, que serão consideradas”, garante.
PDP deve ser enviado para votação até setembro
O novo PDP ainda está sendo finalizado pela Fundação Cepa, contratada pela Prefeitura de Florianópolis para realizar o serviço. Segundo o secretário de Educação, o trabalho deve ser concluído até o fim deste mês. Em julho, serão promovidas 12 audiências públicas espalhadas pela capital para exibição do plano. Luz espera que o projeto seja enviado para votação na Câmara dos Vereadores entre o final de agosto e o início de setembro.
A maior dificuldade na elaboração do PDP, diz Luz, é conciliar as opiniões dos diferentes setores da sociedade. Além disso, ele considera complexo criar regras para uma cidade que cresce tanto quanto Florianópolis. “Seria mais planejar se tivéssemos uma população estável, o que é impossível por conta da migração”, afirma.
Apesar do crescimento da Ilha e da pressão desses diversos segmentos, Luz promete que o PDP será de desenvolvimento sustentável. “Esse plano vai prever mais áreas verdes que o atual. Vai ser mais protetor do meio ambiente”, assegura.
(Por Anita Martins, ND, 22/05/2011)
Núcleo Distrital do Campeche realiza seminário para discutir plano diretor
Comunidade do Sul da Ilha está engajada e reafirma desejos para o Plano Diretor Participativo do Campeche
Para evitar a degradação no meio ambiente no Sul da Ilha o Núcleo Distrital do Campeche realizou nesse sábado (21) o 1° Seminário sobre o Plano Diretor Participativo. O evento reuniu a comunidade para discutir o futuro do crescimento do bairro.
De acordo com presidente da Associação dos Moradores do Campeche, Ataíde Silva, o encontro serviu para relembrar a comunidade sobre os principais pontos do plano diretor do Campeche elaborado há dois anos e aprovado na época pelos moradores por meio de audiências públicas. “O seminário veio para reafirmar o desejo da população que mora no Campeche quanto ao plano diretor para quando ele for aprovado a Prefeitura não venha a mudar as diretrizes”, afirma Silva.
No seminário foram relembrados pontos a respeito de zoneamento ambiental e urbano, ocupação do solo, mobilidade urbana e sistema viário. Entre os pedidos da comunidade está a instalação de 18 estações de tratamento de esgoto para atender até 36 mil moradores, o não à verticalização, ou seja, permissão para construção de edifícios somente com até dois andares sem cobertura e sem subsolo. “Queremos evitar o rebaixamento do lençol freático”, observa Ataíde.
Os moradores também pedem um sistema viário humanizado que valorize as pessoas com ciclovias e metrô de superfície. “Pensamos em um metrô que ligue o Rio Tavares ao Centro e uma ciclovia que ligue o Morro das Pedras a Joaquina”, diz o presidente da associação.
(Por Aline Rebequi, ND, 23/05/2011)