11 abr Uma nova capital
Artigo escrito por Eralton Joaquim Viviani – Advogado e empreendedor (DC, 11/04/2011)
Após o desenvolvimento bem planejado por que passou Santa Catarina entre 1955-1965, tudo indicava que tratariam da mudança da capital, consentâneo com as realidades emergentes e as aspirações da maioria. Veio enorme aterro, afastando a joia, o nosso maior cartão-postal: o mar. E o que diziam ser progresso transformou um paraíso em caos de difícil solução. Sustentam que o número de habitantes da Ilha estacionará quando tiver o dobro do atual. Embora as boas administrações e as tivemos , é de imaginar a vida que nos aguarda! Um macroproblema a demandar solução de igual dimensão.
Há mais de cem anos, planejou-se a mudança. Hercílio Luz, governante por três vezes, fez construir bela ponte, endividando-nos por décadas. É oportuno rediscutir o assunto, sem paixões, bairrismo ou interesses pessoais, com imparcialidade da mídia e respeito ao contraditório. Mudança também em favor dos habitantes.
Expressiva maioria poderia ser beneficiada com a capital em área mais condizente (central ou não), moderna, funcional, sem os erros de Brasília e sem “palácios”, com cinturão verde bem protegido, edificada em boa parte com o produto da venda dos prédios públicos atuais para o setor privado. Aqui, turismo melhor, tecnologia, pesquisa, apoio à pesca, construção naval e várias modalidades esportivas, sólido amparo às ricas expressões culturais e resgate da nossa identidade, melhoria de acesso e do transporte coletivo, mais esgoto.
Mudança paulatina, a partir do texto constitucional (sem temor à consulta popular), com coragem e sabedoria dos gestores, atentos ao processo histórico fundado nas exigências de uma nova era. Há quase três anos, apresentei a sugestão à Federação dos Municípios. De quebra, o extirpar do humilhante nome da atual capital, indigesto e persistente exemplo de vassalagem. Isto seria ato de justiça aos heróis que não se curvaram diante da tirania, e de amor à flor que temos (pode ser “Floripa”).