Movimento Passe Livre tomou conta de ruas na Capital

Movimento Passe Livre tomou conta de ruas na Capital

Polícia Militar impediu que estudantes chegassem até a avenida Beira-mar Norte

Bombas de efeito moral, gás de pimenta, um policial ferido e uma pessoa detida estes foram os resultado após confronto entre e estudantes e policiais no movimento do passe livre, que ocorreu ontem, no Centro da Capital. A chuva atrapalhou, mas não impediu a manifestação dos estudantes. Centenas de jovens, que gritavam contra o aumento das passagens e pediam tarifa zero para a população, invadiram as plataformas do Ticen (Terminal de Integração do Centro) e depois tomaram as ruas em direção a avenida Mauro Ramos. Policias impediram que manifestantes chegassem até a avenida Beira-mar Norte e o clima ficou tenso em vários momentos.

Por volta das 21 horas, um dos banheiros do Ticen foi incendiado. Um jovem, que segundo a Polícia Militar, deu um soco em um policial, foi encaminhado para a Central de Polícia da Capital. “A polícia agiu com truculência. Com golpes de cassetete e spray de pimenta. Tem uma colega que foi atingida”, disse Victor Khaled, um dos organizadores do movimento. Os estudantes caminharam pelas ruas do Centro, acompanhados de 250 homens do Batalhão de Choque da PM. Em alguns momentos a avenida Paulo Fontes foi fechada pelos jovens, que impediam a passagem dos carros. Na avenida Mauro Ramos, em frente a Instituto Federal de santa Catarina, mais uma vez, estudantes bloquearam a passagem. A PM jogou bombas de efeito moral e impediu que os manifestantes chegassem até a avenida Beira-mar Norte.

Confrontos

“Eles podem fazer a manifestação, só não podem prejudicar a população que está voltando do trabalho. Não vamos permitir que estudantes, alguns que nem sabem o valor da passagem, atrapalhem o trânsito”, disse o comandante do batalhão de choque, coronel Newton Ramlow. “Parar uma importante via mostra a fragilidade da mobilidade urbana da cidade. Baixar a tarifa é só o primeiro passo, temos que discutir soluções para a cidade”, disse um dos estudantes, Marino Mondek.

Segundo os estudantes, a manifestação tem a finalidade de levantar as discussões sobre a qualidade do serviço de transporte público oferecido. “A gente reivindica a municipalização do serviço e que o custo não seja pago só com as tarifas, mas também com o dinheiro dos impostos. Tarifa zero para toda a população”, disse Khaled.

Vendedores de passe também protestam

Paralela a manifestação dos estudantes, vendedores de passe também protestaram no fim da tarde de ontem, em frente ao Ticen. “Só queremos trabalhar. Estamos aqui ha praticamente 10 anos e temos uma associação com 110 vendedores cadastrados”, diz Jaqueline Padilha, 22, que trabalha vendendo passe há sete anos. “Eu apoio que eles continuem aqui. Economizo R$ 62,50 comprando passe por fora”, opina Lidiane da Silva, 32, que trabalha como autônoma e precisa comprar seu passe.

(Por Mônica Amanda Foltran, ND, 29/04/2011)

Novo protesto bloqueia ruas

Polícia acompanhou manifestação contra preço do transporte coletivo, mas jovens ainda conseguiram depredar banheiro do Ticen

Acompanhados todo o tempo por homens do Batalhão de Choque da PM, o movimento pelo passe livre realizado ontem à noite no Centro da Capital resultou em depredação do Ticen (Terminal de Integração do Centro), um policial agredido e uma pessoa detida, além de uso de bombas de efeito moral e gás de pimenta.

Centenas de jovens, que gritavam contra o aumento das passagens e pediam “tarifa zero” para a população, invadiram as plataformas do Ticen e depois tomaram as ruas em direção à avenida Mauro Ramos. Policiais da tropa de choque impediram que manifestantes chegassem até a avenida Beira-mar Norte, e o clima ficou tenso em vários momentos.

Por volta das 20 horas, um dos banheiros do Ticen foi incendiado. Um jovem, que segundo a Polícia Militar, deu um soco em um policial, foi encaminhado para a Central de Polícia da Capital. “A polícia agiu com truculência, com golpes de cassetete e spray de pimenta. Tem uma colega que foi atingida”, disse Victor Khaled, um dos organizadores do movimento.

Com a presença da polícia no Ticen, na hora da dissipação dezenas de manifestantes preferiram ir a pé a pontos de ônibus próximos, em frente à Assembleia ou na avenida Mauro Ramos. Lá, tentavam embarcar pelas portas traseiras e invadir o coletivo. Alguns motoristas, temendo danos aos veículos, arrancavam assim que as portas eram forçadas, causando protestos entre os manifestantes.

Acesso à Beira-mar foi reprimido

Em alguns momentos a avenida Paulo Fontes foi fechada pelos jovens, que impediam a passagem dos carros. Na avenida Mauro Ramos, em frente ao IFSC (Instituto Federal de Santa Catarina), mais uma vez, estudantes bloquearam a passagem. A PM jogou bombas de efeito moral e impediu que os manifestantes chegassem até a avenida Beira-mar Norte.

“Eles podem fazer a manifestação, só não podem prejudicar a população que está voltando do trabalho. Não vamos permitir que estudantes, alguns que nem sabem o valor da passagem, atrapalhem o trânsito”, disse o comandante do batalhão de choque, coronel Newton Ramlow. “Parar uma importante via mostra a fragilidade da mobilidade urbana da cidade. Baixar a tarifa é só o primeiro passo, temos que discutir soluções para a cidade”, retrucava um dos estudantes, Marino Mondek.

Banheiro do Ticen é depredado

Por volta das 20h, um grupo de estudantes passou correndo pela Plataforma A do Ticen, e o banheiro masculino começou a pegar fogo. Rapidamente os extintores de incêndio foram usados, mas o local ficou destruído. A fumaça ainda era espessa mesmo meia hora depois do ocorrido.

Passageiros, motoristas e cobradores observavam a cena, mas ninguém quis testemunhar. Policiais do pelotão antichoque, armados e com escudos, mantiam-se nas catracas enquanto outra dúzia de policiais circulava pela plataforma. Segundo um dos policiais que atendeu à ocorrência, o incêndio foi muito rápido.

Participantes da manifestação embarcavam em linhas de ônibus rumo à UFSC, onde uma reunião do movimento seria realizada, embora ninguém quisesse confirmar a reunião, supostamente convocada para avaliar a manifestação de ontem.

(Por Mônica Amanda Foltran, ND, 29/04/2011)

Passe Livre faz novo protesto no Centro

Os estudantes ocuparam ontem as ruas do Centro da Capital para protestar contra o reajuste da tarifa de ônibus. Por mais de três horas, eles percorreram vários pontos e a Polícia Militar (PM) teve que bloquear as vias de acesso ao Centro para controlar a manifestação. Não houve confronto entre estudantes e policiais, mas o clima ficou tenso.

O movimento acusa o prefeito de fazer uma manobra contra os usuários do transporte coletivo.

– Ele reduziu em R$ 0,05 o valor da passagem em dinheiro e aumentou em R$ 0,22 o valor no cartão, usado por 80% da população. Queremos a suspensão imediata do reajuste. Se não tivesse mobilização, a tarifa estaria bem maior – diz o coordenador do Passe Livre, Victor Khaled.

A manifestação começou às 17h, na frente do Terminal de Integração do Centro (Ticen). Por causa da chuva, havia apenas 50 estudantes. A movimentação aumentou com a chegada de outro grupo. Às 17h50min, eles tentaram fechar a Avenida Paulo Fontes, mas a PM os orientou a liberar o acesso. Eles recuaram e foram para o Ticen, onde distribuíram panfletos. Na saída, o ato recebeu reforço de mais de cem estudantes e seguiu em direção às sedes da Prefeitura e Câmara de Vereadores. A PM pediu reforço e mais de 40 policiais com escudo e cassetete apareceram.

O clima ficou tenso quando os estudantes foram impedidos de protestar em frente à Câmara. Neste momento, eles começaram a correr pela Rua Anita Garibaldi e Avenida Mauro Ramos em direção à Beira-Mar, atirando rojões. O grupo voltou para o terminal, onde o ato acabou.

(DC, 29/04/2011)

Até hackers são contra os aumentos

Polícia deve investigar a ação de manifestantes que invadiram site de empresa de ônibus da Capital

A invasão do site da empresa de transporte coletivo Transol por hacker, ontem, pode virar caso de polícia. Apesar de não ter tido problemas com dados internos, a empresa de Florianópolis anunciou que irá comunicar o fato à polícia e levar aos investigadores todas as informações do que aconteceu. O ataque revelou, mais uma vez, a fragilidade de segurança de endereços eletrônicos na internet.

A página da empresa amanheceu hackeada. Era um convite para um ato contra o aumento das passagens do transporte coletivo da Capital que aconteceu à tarde. Na capa, todos os links do menu levavam para o anúncio convidando para um “Grande ato contra o aumento”.

Em seguida, o texto indicava problemas que Florianópolis enfrenta com mobilidade urbana e reclamava do aumento das passagens. O manifesto citava como “ilegais” os contratos atuais das empresas operadoras do sistema de transporte.

O gerente administrativo da Transol, Vilson Chaves, afirmou que o problema foi logo resolvido e não causou prejuízos, como furto de dados ou danos ao sistema de informática.

Um programador de internet consultado pelo DC, que não quis se identificar, afirmou que a invasão chama-se defacement e, normalmente, tem cunho político, com a finalidade de disseminar mensagens. O autor é chamado de defacer e os seus grupos normalmente são jovens.

O delegado da Polícia Federal Ildo Rosa afirmou que a invasão a sites é uma modalidade criminosa cada vez mais comum e a investigação cabe à Polícia Civil – aos federais a investigação fica restrita em casos de repercussão internacional, como pedofilia, ou em crimes contra a União.

O delegado Renato Hendges, da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), ressaltou que o caso é de polícia, mas que a empresa precisa comunicar oficialmente o caso para que a apuração seja feita. O policial disse que é possível identificar o hacker e esse trabalho certamente dependerá de autorização judicial. Ele lembra que o responsável pode responder por quebra de sigilo de dados (violação) e dano.

Santa Catarina não tem delegacia especializada

Crimes como calúnia, difamação e furtos de dados pela internet são frequentes. Há situações de repercussão mundial, como o furto de jogos online da Sony ou a invasão do twitter da cantora Lady Gaga.

Santa Catarina ainda não tem delegacia especializada em crimes cibernéticos, promessa feita em 2010, pelo então delegado-geral, Mauricio Eskudlark. Atualmente, as investigações a respeito costumam ser feitas por equipes de outras divisões da Deic.

(Por Diogo Vargas, DC, 29/04/2011)

Rede social usada na luta

O Movimento Passe Livre utiliza as redes sociais para mobilizar os estudantes e divulgar os locais das manifestações. Foi por meio do Facebook que os estudantes Paulo Henrique Rosa, 18 anos, e Caio Cesar Garbelotto, 17 anos, participaram pela primeira vez, ontem, do ato de protesto contra o aumento da tarifa de ônibus, no centro da Capital.

Os estudantes receberam, em seus perfis no Facebook, um convite sobre a manifestação, publicado por um amigo que participa do movimento contra o aumento da tarifa. Um amigo criou um evento no Facebook e convidou Paulo Henrique, que soube pela mensagem do horário e local do ato.

– Como neste ano estou estou fazendo pré-vestibular e, por isso, não posso comprar o cartão de estudante, estou aqui apoiando o ato contra o reajuste. Hoje, meu custo com o transporte é de R$ 90 por mês. Acho caro o valor da passagem, porque o transporte não tem qualidade nem infraestrutura – diz Paulo Henrique.

Ele também usou as redes sociais para convidar o amigo Caio Cesar.

– Estou participando pela segunda vez das manifestações e fui chamado pelo Facebook. Hoje eu pego dois ônibus para ir ao colégio e o meu custo é de R$ 50 por mês, porque uso o cartão de estudante. Sou contra o reajuste – afirma Garbelotto.

Para um dos coordenadores do Movimento Passe Livre, Victor Khaled, as redes sociais dinamizam a comunicação. Eles utilizam Twitter e Facebook para divulgar os panfletos dos atos de protesto e para organizar o movimento dos estudantes.

– As redes sociais não substituem o contato com as pessoas. Mas é uma ferramenta fundamental para divulgação e mobilização do movimento. Assim, conseguimos trazer gente de fora que não conhece o Movimento do Passe Livre – diz Khaled.

Ele garante que a invasão ao site da Transol não foi feita pelo Passe Livre.

– Não foi uma ação pensada e de nossa autoria. Mas mostrou que a internet é um espaço que pode ser dominado – afirma.

(Por Dayane Nunes, DC, 29/04/2011)