04 mar Prédio da SOS Cardio não está em área de mangue, segundo Plano Diretor de Florianópolis
Apesar de toda a polêmica envolvendo a construção do hospital da SOS Cardio, às margens da SC-401, no Itacorubi, o Plano Diretor da Capital não considera o terreno ocupado pelo prédio como área de manguezal. Na semana passada, o Ministério Público Federal ajuizou ação civil pública alegando que a obra teria invadido o mangue. A decisão está com a juíza Marjôrie Cristina Freiberger Ribeiro da Silva, da Vara Ambiental da Justiça Federal da Capital, que deve se manifestar somente na semana que vem.
“O prédio está próximo, mas não dentro do mangue, de acordo com o Plano Diretor”, afirma o diretor de Fiscalização da Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente), Bruno Palha, ressaltando que a Fatma (Fundação do Meio Ambiente), de Santa Catarina, leva a informação em consideração quando emite os licenciamentos ambientais.
Como está perto do manguezal do Itacorubi, avaliar se a obra ocupou ou não a área de preservação fica difícil até para os especialistas. “Em uma primeira impressão, a gente conseguiu observar que o prédio está no limite, mas deveria ser feito um estudo mais detalhado para confirmar a informação”, ressalta a bióloga e mestranda em Ecologia, Elaine Mitie Nakamura, que visitou o prédio da SOS Cárdio na tarde desta quinta-feira (3).
Segundo a bióloga, logo após o muro do hospital existe cerca de três metros de trecho de sucessão, composto por vegetação rasteira e arbustos. Após este trecho tem início a área de manguezal. “É realmente estreito, mas o prédio está na mesma linha das outras construções do lugar. O importante é que o poder público fiscalize rigorosamente a emissão de dejetos, não só da SOS Cardio, mas também dos outros imóveis que existem ali”, avalia Elaine.
(Por Maiara Gonçalves, ND, 04/03/2011)