24 mar Estresse hídrico
Sem investimentos consistentes e urgentes em sistemas de captação, tratamento e distribuição, mais da metade dos municípios do país poderá ficar sem água em 2025. Mesmo em Santa Catarina, cujos recursos hídricos têm condição mais confiável do que na maioria dos demais estados, 10 cidades estão nesta situação-limite. Este panorama preocupante foi revelado por um estudo divulgado terça-feira, Dia Mundial da Água, pela Agência Nacional de Águas (ANA). No Estado, Agrolândia, Atalanta, Balneário Camboriú, Camboriú, Campo Erê, Faxinal dos Guedes, Itaiópolis, Jaraguá do Sul, Maravilha e Nova Trento demandam, no conjunto, investimento de R$ 115,46 milhões para evitar esta tragédia anunciada e com data marcada.
Não é muito dinheiro – bem mais do que essa quantia escoa, todo o dia, pelo ralo da corrupção e para custear mordomias e outras gastanças públicas supérfluas país afora. Mas é prioridade e urgência, pois diz respeito à saúde e à vida.
O caso de Jaraguá do Sul, por exemplo, é emblemático. Hoje com 143 mil habitantes, a cidade dobrou de tamanho em 20 anos, e a sua principal fonte de abastecimento, o Rio Itapocu, já não resiste à pressão da demanda. Essas comunidades vivem o que se convencionou designar como estresse hídrico. Há soluções técnicas disponíveis, há exemplos internacionais bem-sucedidos de como lidar com essas situações.
O que parece faltar, ainda, é vontade política. E gestão eficiente. Espera-se que o relatório da ANA valha tanto como um alerta quanto como um sinal verde para a ação.
(Editorial, DC, 24/03/2011)