25 mar Do Poção ao Itacorubi
Quem vai se aproximando da trilha que leva à Cachoeira do Poção, no Sertão do Córrego Grande, mal acredita que ainda está em Florianópolis. De repente, as ruas movimentadas somem e casebres de estilo interiorano substituem os edifícios, que há pouco tempo prevaleciam na paisagem. De carro, chega-se somente até a Fazenda do Curió, uma espécie de casa para o estudo dos pássaros da região. A partir daí, só uma caminhada de mais ou menos 30 minutos pela mata te leva até a queda d’água e a piscina natural formada pelo curso do rio.
O projeto do Parque Linear do Córrego Grande desenha um novo planejamento urbano para o entorno da faixa de rio e vegetação ciliar que une a região da cascata à área de manguezal próxima à Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). A pretensão é construir ciclovias e calçadas ao longo dos cinco quilômetros de riacho, além de estações com estacionamentos, equipamentos de lazer, creches e quiosques. O Departamento de Arquitetura da UFSC, representado pelo professor César Floriano, junto com o Fórum da Bacia do Itacorubi são autores das ideias, que serão apresentadas neste sábado, 26, ao conselho comunitário.
O trabalho ainda precisa ser aprovado por representantes dos moradores dos bairros, e pela prefeitura. Os responsáveis ainda precisam buscar investimentos com órgãos municipais e estaduais.
Arquiteto e integrante da Assossiação dos moradores do Sertão do Córrego Grande, Floriano explica que “a ideia com o evento é conseguir pessoas para montar um grupo de trabalhos e com isso começar a dar forma ao que está no papel. O nosso objetivo é melhorar a qualidade de vida da comunidade, o que já começou com a ampliação e desvio da rede de esgoto. Em quatro ou cinco anos esperamos que já dê para tomar banho naquela água”.
Em seu site, a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (CASAN) afirma que as obras no canal devem terminar em dois anos e atender aos bairros do Itacorubi, Parque São Jorge, Jardim Anchieta, Córrego Grande e Pantanal. A água da manancial que cortaria o parque já é captada e desinfectada pela empresa desde 1977.
(Por Thiago Moreno, Cotidiano, 24/03/2011)