17 mar Como será o SOS cárdio por dentro
Ameaça de derrubada do prédio não interferiu na inauguração
A polêmica em torno da construção do SOS Cárdio não alterou o cronograma de inauguração. Dentro de um mês o hospital especializado em cardiologia, será inaugurado na Capital. Localizado na SC-401, caminho para as praias do Norte da Capital, o empreendimento só entrará de fato em funcionamento depois da Páscoa. O feriado será aproveitado para a mudança de equipamentos e pacientes, que hoje são atendidos no prédio da avenida Trompowsky, Centro de Florianópolis. O empreendimento levou quatro anos para ser construído, com um investimento de R$ 60 milhões.
A um mês da inauguração, pouco ainda falta para que a estrutura do novo hospital esteja completa para atendimento ao público. Os seis andares do edifício já contam com diversos equipamentos e os apartamentos estão praticamente mobiliados. Segundo o médico Aurélio Pacheco Costa Filho, um dos sócios do empreendimento, em uma semana o hospital já poderia entrar em funcionamento. “Contamos com 75 leitos, número que pode ser ampliado para 140. Além disso, esperamos dobrar o número de atendimentos de emergência. O que falta agora pode ser trazido facilmente da antiga sede para cá e alguns equipamentos já estão até sendo utilizados”, complementa ele.
Hospital manterá convênios
O foco do hospital é a alta complexidade, realizando procedimentos de cardiologia, cirurgia vascular e implantando também cirurgia urológica e bariátrica, que são realizadas com pouca frequência no atual SOS Cárdio. Os mais de 30 convênios que são atendidos hoje, como Unimed, Cassi, Correios, Caixa Econômica, Bradesco, entre outros, poderão usufruir dos recursos que o espaço tem a oferecer. Serão 400 funcionários trabalhando em uma área de 10 mil metros quadrados, que, além de disponibilizar estrutura completa de atendimento médico, ainda conta com restaurante, floricultura e outros atrativos em uma área de convivência.
No andar térreo do prédio, ficará todo o atendimento de emergência. Já no primeiro andar estão localizadas as quatro salas de centro cirúrgico, 13 leitos de UTI, que podem ser ampliados para 18, além da hemodinâmica. “Queremos poder trazer também pacientes de outros hospitais para a nossa UTI”, afirma Costa. No mesanino, o hospital disponibiliza salas de exame e laboratório. O segundo andar e átrio abrigam a área de internação com enfermarias, de dois ou três leitos, apartamentos e suítes, com direito a cozinha e quarto conjugado para acompanhante. Alguns quartos ainda têm vista privilegiada para o mar. O empreendimento ainda conta com heliponto, aquecimento solar e estação de tratamento de efluentes própria.
Entenda o caso
* A procuradora da República em Santa Catarina, Analúcia Hartmann ajuizou, em 11 de fevereiro, ação pública contra os donos do SOS Cardio, Prefeitura da Capital, Fatma (Fundação do Meio Ambiente), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e União, alegando que o complexo hospitalar teria ocupado irregularmente parte do manguezal do Itacorubi. A ação solicitava suspensão das licenças em favor da construção, demolição do prédio e recuperação ambiental da área.
* A juíza Marjôrie Cristina Freiberger Ribeiro da Silva, da Vara Ambiental da Justiça Federal da Capital, havia recebido a defesa da SOS Cardio, Fatma, Ibama, Prefeitura da Capital e União antes do Carnaval e a expectativa era grande em torno da decisão. A ação protocolada pelo MPF dividiu opiniões entre a comunidade, especialmente por tratar-se de um hospital. O próprio Plano Diretor da Capital não considera o terreno ocupado pela SOS Cárdio como área de manguezal, mas a procuradoria questionava as licenças ambientais emitidas em favor da construção.
* Na segunda-feira (14), a juíza negou o pedido de liminar para embargar as obras do prédio da SOS Cárdio.
Investimento: R$60 milhões
Área do prédio: 10 mil metros quadrados
Leitos: 75
Funcionários: 400
(ND, 17/03/2011)