Arena do Norte da Ilha é obra sem dono

Arena do Norte da Ilha é obra sem dono

Da coluna de Carlos Damião (ND, 21/03/2011)

O esqueleto da arena multiuso, junto ao trevo de Canasvieiras, revela inúmeras singularidades. Uma delas é justamente sobre a responsabilidade pela obra. Quem é o “dono” do monstrengo, que já enterrou quase R$ 5 milhões na lama? Impossível saber. A placa principal – obrigatória em qualquer obra – omite os números dos projetos, o nome e número de registro profissional do engenheiro responsável, além de prazo de conclusão e valor. Ou seja, a prefeitura – que colocou R$ 557 mil na terraplanagem – infringe a própria legislação municipal, por investir numa obra que não apresenta suas licenças visíveis para o público. Cadê o fiscal que não autuou a prefeitura? Mas tem mais, muito mais, a ser esclarecido na audiência pública convocada para o próximo dia 7, por iniciativa da deputada Angela Albino (PCdoB).

Sem consulta

Outra questão envolvendo a arena multiuso do Norte da Ilha é o descontentamento da comunidade com tal obra. As discussões com os moradores, a propósito do equipamento, foram totalmente descartadas, revelando que a intenção dos ex-governantes era apenas “obreira”, sem estudos de impacto de vizinhança, muito menos de características socioeconômicas. Há indicativos inclusive de que o Deinfra, responsável pela SC-401, não foi consultado.

Histórico

A empresa contratada para a construção do multiuso do Norte da Ilha é de Joinville, responsável por obras como a sede da prefeitura daquela cidade, da Escola do Balé Bolshoi, da Escola Jovem de Joinville, da Escola de Gastronomia de Joinville, além do Centro Multiuso de São José e do Colégio de Aplicação do mesmo município (obra inacabada).

Revisão

Lideranças do Norte da Ilha pretendem se avistar nos próximos dias com o secretário do Turismo, Esporte e Cultura, César Souza Júnior, para cobrar providências sobre a construção da arena multiuso. Querem, a exemplo do que exigiu a Caixa Econômica Federal, a completa revisão do projeto, que pretende consumir, ainda, cerca de R$ 20 milhões de dinheiro público.

Picaretagem

Uma mania recente está causando dores de cabeças a muitos profissionais e comerciantes responsáveis. São os chamados sites de compras coletivas, que supostamente obtêm serviços e produtos a preços mais convidativos. O Conselho Regional de Odontologia de Santa Catarina, por exemplo, está entrando com uma ação civil pública contra empresas que oferecem serviços odontológicos através dessa perigosa modalidade de consumo.

Circo

Muita gente fica indignada com o fechamento de vias importantes da Capital, como a Beira-mar Norte, para realização de eventos esportivos. Foi o que aconteceu neste domingo (20). No twitter surgiu o desabafo de alguém que se sentiu prejudicado. Dentro de um táxi, @jeffersonf ouviu do motorista: “Floripa ainda é provinciana. Parece antigamente quando vinha um circo, colocava elefantes na rua e a cidade parava”.

Ecologia

Projeto do Parque Linear do Córrego Grande será lançando no próximo sábado (26), a partir das 9h. Inclui atividades de ecobike (gincana da mobilidade), educação ambiental e apresentações culturais. Promoção de organizações não-governamentais e universidades, com patrocínio da Eletrosul, pretende preservar e valorizar o ecossistema daquela região.