Somos atrasadíssimos em economia criativa

Somos atrasadíssimos em economia criativa

O anúncio do Ministério da Cultura de uma secretaria para cuidar do assunto é bem-vinda, mas é preciso correr atrás

Na última sexta-feira, a ministra da Cultura Ana de Hollanda anunciou seu secretariado e surpreendeu com a nomeação de Claudia Leitão para a recém criada Secretaria de Economia Criativa. Para Lala Deheinze lin, a notícia não poderia ser melhor. “Mas estamos atrasadíssimos em relação ao mundo”, diz ela, que já foi oito vezes à China como consultora do governo chinês.

Como vê a criação da Secretaria de Economia Criativa?

É muito bem-vindo, mas estamos atrasadíssimos. A China, por exemplo, já incluiu no seu último plano qüinqüenal a Economia Criativa e a Economia Verde. Ainda não temos processos e instrumentos claros de gestão. É como ter um hardware sem software e a Copa é um exemplo.

Por que a Copa é um exemplo?

Vamos construir estádios mas quem vai gerenciá-los? Quem vai trabalhar para enchê-los (depois)? Quem vai treinar os motoristas de táxi? Esse intangível é o software que falta.

Temos de aprender com a China?

A grande diferença entre China e Brasil são as intenções. Não temos normas e procedimentos, nem estrutura jurídica, de processos. Por isso é uma maravilha ter essa secretaria, caso se dispuser a ser uma conectadora, para se linkar a outras áreas, outros ministérios. O Brasil é grandioso em cultura. Estamos desperdiçando muito dinheiro ao deixar de entendê-la!

(MinC, 25/01/2011)