Menos asfalto, mais obras de drenagem

Menos asfalto, mais obras de drenagem

Da coluna Ponto Final, por Carlos Damião (ND, 24/01/2011)

Prefeitos têm que atender melhor necessidades comunitárias: até que ponto asfalto é prioridade? Prioridade é a vida

Quem faz uma cidade ser melhor? Começa pelos cidadãos e passa pelas autoridades. É necessário juntar esforços, mas as prefeituras precisam conscientizar os moradores sobre as responsabilidades individuais e coletivas em relação ao meio ambiente. E os governantes precisam estar mais próximos dos cidadãos. Quem administra uma cidade não pode se distanciar dos problemas e aparecer na mídia apenas para anunciar operações “tapete preto” ou assemelhadas, que não incluem grandes obras de drenagem e infraestrutura – causas maiores dos alagamentos. As frequentes inundações na região metropolitana comprovam que, muito mais do que asfalto (grande captador de votos e outras vantagens), o que interessa mesmo é garantir a segurança física dos moradores. De que adianta asfalto nas comunidades pobres se elas não têm esgoto ou drenagem pluvial e, a cada enchente, os moradores perdem todos os seus bens, adquiridos com tantos sacrifícios?

Atraso

Limpeza de bueiros é obrigação do poder público. Mas jogar lixo na rua – ou deixar lixo exposto – é irresponsabilidade dos cidadãos. Aumentar capacidade de vazão dos canais de drenagem também é obrigação do poder público. Quem vê as diminutas bocas-de-lobo nas avenidas Hercílio Luz, Mauro Ramos e Beira-mar pode ter uma vaga ideia do quanto andamos atrasados em termos de drenagem.

Prevenção

Moradores arregaçaram as mangas no sábado (22/1) à tarde: por conta própria foram limpar e desobstruir bueiros. Muitos bueiros estavam entupidos com folhas e galhos de árvores. Outros com lixo comum. Se cada um fizesse a sua parte antes das chuvas, é certo que não teríamos tantas consequências desastrosas.

Improvisação

Urbanista, frequente colaborador da coluna, observa a propósito dos problemas de infraestrutura viária na região Sul da Ilha: “A obra que deveria ser executada é a que está prevista no Plano Diretor (Lei Complementar nº 049) com ampliação do trecho entre o trevo da Seta até o Estádio da Ressacada e de lá uma nova rodovia até a Rodovia Aparício Ramos Cordeiro (aquela nova estrada para a Tapera que se liga à SC-405 no Campeche)”.