Falta de controle social e a criminalidade

Falta de controle social e a criminalidade

Da coluna Ponto Final, por Carlos Damião (ND, 14/01/2011)

Estado não acompanhou crescimento das comunidades pobres na Grande Florianópolis e o resultado é multiplicação da violência

Sobre a violência recorrente em Florianópolis, com média de 25 casos por dia de roubos e assaltos, só nos resta refletir: o que está acontecendo é consequência do que não foi feito nos oito anos anteriores. Faltou foco para a segurança pública de verdade, baseada num trabalho preventivo e focado em soluções abrangentes, em especial nas áreas de risco. Isso incluiria, por exemplo, o controle total sobre o movimento migratório para a região metropolitana da Capital. Não houve monitoramento, qualquer tipo de fiscalização sobre as comunidades pobres que se formaram, onde o terreno é fértil para a formação de criminosos. A favela de Papaquara, por exemplo, parcialmente desmontada pela Floram na última terça-feira (11/1), foi implantada por famílias de ex-vendedores ambulantes, procedentes de Foz do Iguaçu (PR), que atuavam nas praias da Capital. Deixaram a favela crescer. E, com o crescimento da comunidade, cresceu também o tráfico de drogas.

Fragilidade

Em suma, o que presenciamos hoje, com a multiplicação de ações criminosas cada vez mais ousadas em diversas regiões da Grande Florianópolis, é consequência do descaso como a segurança pública foi tratada, especialmente na gestão do deputado Ronaldo Benedet. O ex-secretário defendia a “inteligência” como arma para enfrentar bandidos. Na prática, inteligentes mesmo foram os criminosos, que perceberam a ineficiência da política oficial e espalharam seus tentáculos pela região metropolitana.