Berro pelo aterro

Berro pelo aterro

Da coluna de Cacau Menezes (DC, 24/01/2011)
O Ministério Público Federal deu uma prova de amor à cidade de Florianópolis, abrindo mão de construir o seu edifício sede no saturado e descaracterizado Aterro da Baía Sul. Mas está certo: se não pode o seu edifício, também não poderia aquele monstrengo chamado de camelódromo e muito menos o estacionamento da Comcap, que ajuda a congestionar a área com a chegada e saída dos automóveis. O aterro foi roubado do mar. Era, segundo projeto do paisagista Burle Max, para ser uma grande área de lazer. Nunca foi. Ali só teve lazer na época que começaram a aterrar. Jogávamos futebol de areia. Tínhamos campeonato entre bairros, era diversão noturna. O povo adorava.
Fosse eu o prefeito de Floripa, buscaria parceria com empresários do ramo para criar no aterro um parque de diversão, com tobogã, piscina, concha acústica, bares, praça de alimentação, espaço para samba, esportes, eventos, festas juninas, exposições, jardim da cerveja, algo como se vê nas principais cidades do mundo, especialmente em Roma (Campo Dei Fiori), Flórida (Epcot Center), Copenhague (Tivole Park), etc e tal.
O que temos ali: um CentroSul ridículo, um piscinão de fezes, garagens e pontos de ônibus, camelódromos, um estádio de remo que nunca recebeu gente, depósito de lixo, estacionamentos e filas quilométricas de carros. Nós merecemos isso?