07 dez Transporte marítimo em Palhoça fica para o ano que vem
Ao contrário do previsto pela prefeitura de Palhoça há duas semanas, ainda não foi escolhida a empresa que deve operar o novo sistema de transporte marítimo do município. Antes da contratação, que deverá ter caráter emergencial de 180 dias, é preciso obter as licenças que autorizam a circulação dos barcos. Ou seja, ficou tudo para o ano que vem.
Segundo o o secretário de Indústria, Comércio e Serviços de Palhoça, Josué Mattos, enquanto não houver viabilidade do projeto na Capitania dos Portos e na Secretaria do Patrimônio da União (SPU), os outros processos não avançam. Antes, é necessária uma vistoria dos pontos de embarque e desembarque, além da segurança das embarcações, feita pela Capitania dos Portos. Segundo o Departamento de Transporte Aquaviário da Capitania, nenhuma planta do projeto foi enviada pela prefeitura até agora.
PALHOÇA – O projeto
Estão previstos oito terminais: Ponte do Imaruim, Centro, Barra do Aririú, Praia de Fora, Enseada do Brito, Praia do Sonho, Pinheira e Praia do Pontal.
Haverá linhas diretas entre o primeiro e o último terminal e também semidiretas, com integração ao transporte viário.
A obra precisará, também, de licenças da Fundação do Meio Ambiente (Fatma) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama).
(DC, 07/12/2010)
Transporte marítimo só com subsídio
Da coluna Informe Econômico, por Estela Benetti (DC, 07/12/2010)
O transporte marítimo ou aquaviário para a região da Grande Florianópolis, um sonho acalentado por muitos durante décadas, só será viável com subsídio, isto é, com o setor público pagando uma parte dos custos. A informação é do presidente do Departamento de Transportes de Santa Catarina (Deter), Altamir Paes, com base nos últimos estudos feitos pelo órgão. Segundo ele, o transporte de ferry boat entre Itajaí e Navegantes, para a travessia do Rio Itajaí-Açu, é viável, com preço acessível, porque o Estado subsidia a operação, investindo quase R$ 200 mil por mês. Ele não concorda com essa ajuda apenas para aquela região enquanto outras, no Estado, não têm o mesmo benefício. Entende que isto deveria ser custeado pelos dois municípios. Apesar do alto custo, Paes acha importante a iniciativa do prefeito de Palhoça, Ronério Heiderscheidt, de iniciar um projeto de transporte marítimo para o município e a região. No seu entendimento, se aprovado, deve ser integrado ao transporte público rodoviário, para que as pessoas possam chegar mais perto dos locais onde residem ou trabalham. Na prefeitura de Florianópolis, o diretor de Operações da Secretaria de Transportes, Marcelo Roberto da Silva, diz que o município tem o transporte na Costa da Lagoa, mas um sistema intermunicipal requer mais estudos.
Acessível e rápido
O transporte de ferry boat entre Itajaí e Navegantes é rápido e é oferecido com preço acessível. Para fazer a travessia de carro, custa R$ 6; de moto e de bicicleta, R$ 1,3; e apenas a pessoa, R$ 1. A rapidez é um dos principais diferenciais do sistema. Para fazer o trajeto entre as duas cidades por terra, em trecho de 35 a 40 quilômetros, a pessoa gastaria cerca de 20 minutos ou mais, dependendo do trânsito. De balsa, faz em 10 minutos. No período de verão, quando há mais turistas, o movimento aumenta até 20%, informou o gerente de logística da empresa que opera o sistema, Wilimar Keller. As quatro embarcações transportam cerca de 10 mil pessoas por dia.