14 dez Dados sobre acidentes de trânsito na capital são alarmantes
A chance de uma pessoa morrer em conseqüência de acidente de trânsito em Florianópolis é 426 por cento maior que na cidade do Rio de Janeiro. O dado faz parte de um estudo realizado pelo médico Daniel Moutinho Júnior, diretor de Atenção Primária da Secretária da Saúde da capital. Segundo ele, apenas levando em conta o ano de 2008, o município registrou naquele ano mais de 1.700 acidentes que levaram a óbito ou invalidez permanente um total de 409 pessoas. “As autoridades responsáveis pelo trânsito em nossa cidade precisam agir de forma mais enérgica e presente”, alerta o titular da pasta, João Candido da Silva.
Para ele a realização de blitz com bafômetros deveria ser mais constante. Ainda segundo a pesquisa, em 2008 mais de 750 pessoas admitiram ter dirigido sob o efeito abusivo de bebidas. Com a entrada em vigor no inicio daquele ano da Lei 11.705 houve uma redução momentânea do registro deste tipo de ocorrência, mas com o passar do tempo e a falta de fiscalização os índices retornaram ao patamar anterior.
De acordo com o estudo, a maioria dos acidentes acontecem próximo ao domicilio das vitimas, durante o dia e com tempo bom. “Isto desmistifica a idéia de que fatores como as condições de visibilidade ou de desconhecimento da via sejam as principais causas”, destaca Daniel Moutinho. Além disso, em 70 por cento dos casos o fato aconteceu em trecho reto e em 48 por cento o condutor tinha mais de 15 anos de experiência ao volante.
O custo
Entre os custos totais de um acidente de trânsito, apenas 16% estão vinculados a assistência médico-hospitalar. O principal custo, representando cerca de 45% é na perda de produção do indivíduo. Obviamente não é possível computar a maior taxa de perda que é a sentimental, e a dor dos familiares. O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada calculou em 2009, que o custo total de um óbito no trânsito no Brasil é de R$ 337.000 reais (contabilizando os custos diretos e potenciais futuros).
Ainda segundo o IPEA a perda de produção futura e os custos diretos e indiretos pelos acidentes de trânsito (considerando o PIB per/capita). Santa Catarina em 2007 superou os R$ 2 bilhões. Já no Brasil este valor foi de R$ 32 bilhões, o que representa mais de 3 vezes o orçamento anual do Ministério da Saúde na Atenção Primária.
(PMF, 13/12/2010)